PF apreende mais de 900 arquivos e prende suspeito em ação contra pornografia infantil
Detenção de um homem ocorreu em São Leopoldo
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“Além de estar armazenando material de pornografia infantil, ele foi flagrado transmitindo-o através de um aplicativo de troca de arquivos de computador para computador”, explicou o delegado Fernando Casarin. A investigação teve início após a PF ter sido alertada, há dois anos, pela organização não-governamental (ONG) National Center for Missing & Exploited Children, que fica nos Estados Unidos, sobre material de pedofilia transmitido pelo investigado.
Em Novo Hamburgo, o material de pornografia infantil, totalizando cerca de 900 arquivos, sendo mais de 820 em fotos e o restante em vídeos, foi enviado por alguém da cidade gaúcha e detectado pela Guarda Civil da Espanha, que comunicou o fato à PF. Tratava-se de uma bancário que não foi encontrado em casa pelos policiais federais.
Em Porto Alegre, um dos casos é de uma adolescente que foi convencida a ficar nua e enviar imagens, por meio de um programa, para um organizador de uma festa, promovida por uma empresa de eventos, em troca de um ingresso. Chantageada e pressionada para enviar mais fotos sem nem ter ganho o convite, a jovem contou tudo para a mãe que acionou a PF. Essa empresa, observou o delegado Fernando Casarin, é vinculada à organização criminosa do traficante Xandi, assassinado no ano passado. O suspeito, um jovem, não foi localizado na ação.
A outra ocorrência na Capital, alvo da PF, foi relativa à postam de material de cunho ofensivo e discriminatório, sobretudo contra nordestinos, homossexuais e mulheres, além de fazer forte apologia ao nazismo, por um comerciário. O blog dele já foi retirado da internet por ordem judicial. A denúncia partiu da Bahia e chegou até PF em Porto Alegre. ‘Ele é simpatizante do nazismo”, resumiu o delegado Fernando Casarin. O nome da operação, Jizô ou Jizou, é uma divindade budista considerada como guardiã das crianças.
Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Porto Alegre, Novo Hamburgo e São Leopoldo. A ação foi coordenada pelo delegado Fernando Casarin, responsável pela Delegacia de Defesa Institucional da PF gaúcha. Houve a apreensão de computadores, mídias e outros materiais, em todos os endereços, que serão agora periciados. O trabalho investigativo terá continuidade.
“São fatos graves em nossa avaliação e precisam ser combatidos” resumiu o superintendente regional da PF, delegado Elton Roberto Manzke. Quatro casos, com inquéritos diferentes, referem-se à pedofilia e um trata-se de racismo.