PF busca homem apontado como maior doleiro do Brasil

PF busca homem apontado como maior doleiro do Brasil

Operação visa combater organização criminosa que teria movimentado 1,6 bilhão de dólares

AE

PF busca homem apontado como maior doleiro do Brasil

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A Lava Jato do Rio de Janeiro está em busca de Dário Messer, apontado como o maior doleiro em atividade no Brasil e na mira da Justiça desde o caso Banestado. Messer e outros operadores financeiros ligados a ele são alvos da operação "Câmbio, Desligo", deflagrada na manhã desta quinta-feira e que deve dar início a uma ampla frente de investigação da Lava Jato do Rio de Janeiro.

Segundo a PF, a operação visa combater uma organização criminosa que seria liderada por Messer e que teria movimentado a cifra de 1,6 bilhão de dólares. São cumpridos 53 mandados de prisão no Brasil e no exterior. Principal alvo da operação, Messer é um antigo doleiro do Rio de Janeiro que após o caso Banestado - maior escândalo de lavagem de dinheiro da história do Brasil - mudou sua banca para o Uruguai e para o Paraguai. A "Câmbio, Desligo" também cumpre mandados judiciais nos dois países.

Messer seria o nome por trás do operador Vincius Claret, o Juca Bala, apontado pela Lava Jato do Rio de Janeiro como um dos responsáveis por lavar o dinheiro desviado pelo grupo do ex-governador Sergio Cabral (MDB). Na delação dos executivos da Odebrecht, Juca Bala é apontado como um laranja de Messer no Uruguai.

Na primeira delação de Alberto Youssef, em 2004, o doleiro aponta Messer como um dos "doleiros de doleiros", responsável por dar "cobertura de mercado" a outros operadores financeiros menores que atuavam no dólar-cabo e em outras transações para lavagem de dinheiro. Em um depoimento dado em 2004 ao juiz Sergio Moro e aos procuradores da força-tarefa CC5, Youssef disse que naquela época eram poucos "doleiros de doleiros" no Brasil e que um deles, além do próprio Youssef, era Messer.

"Bom, um era eu, a Tupi Câmbios, a Acaray, Câmbio Real, Sílvio Anspach, o Messer do Rio, o Rui Leite e o Armando Santoni. O Antônio Pires, eu nunca negociei com ele, então o meu relacionamento com ele era praticamente zero, eu conheço de nome, e sei com quem ele operava, mas nunca assim", disse Youssef.

Operador de uma das contas da Beacon Hill - conta-ônibus no JP Morgan Chase, de Nova York, no qual vários doleiros brasileiros mantinham sub-contas - , Messer foi um dos alvos da operação Farol da Colina, sob tutela do até então desconhecido juiz Sergio Moro.

Somente na Beacon Hill, as autoridades encontraram movimentações de US$ 13 bilhões provenientes de brasileiros. Quando os investigadores do Banestado chegaram a Messer, ele se mudou, segundo Youssef, para o Uruguai. "A mesa do Messer foi para o Uruguai, eles estão trabalhando lá com sistema de call back, o Juan Miguel que é do Integracion também está no Uruguai, também estão trabalhando com o sistema call back. Sobrou o pessoal do Rio que está lá, estão quebrados, mas ainda continuam no mercado operando um pouco", afirmou o doleiro que deu origem à Lava Jato.

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