PF combate tráfico internacional de drogas que abastecia Lajeado

PF combate tráfico internacional de drogas que abastecia Lajeado

Operação foi deflagrada principalmente no Paraná, sendo cumpridos 14 mandados judiciais

Correio do Povo

Entorpecentes também eram enviados para São Paulo, Espírito Santo e Ceará

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira a operação Lottus com o objetivo de desarticular organização criminosa de tráfico internacional de drogas que enviava drogas sobretudo para a região de Lajeado, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. Os entorpecentes abasteciam também São Paulo, Espírito Santo e Ceará.

Cerca de 70 agentes foram mobilizados para o cumprimento de 14 mandados judiciais de busca e apreensão nas cidades de Cascavel e Toledo, no Oeste do Paraná, além de um resort de luxo na praia de Porto de Galinhas, no litoral de Pernambuco, onde estava hospedado de férias um dos membros da organização criminosa.

A Justiça Federal determinou ainda a prisão preventiva dos sete principais membros do grupo e o sequestro de automóveis, imóveis e contas bancárias dos investigados e de laranjas. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Cascavel. As medidas cautelares cumpridas nesta quarta-feira poderão revelar as quantidades efetivas de drogas movimentadas pelo grupo.

A investigação apontou que os narcotraficantes utilizavam de empresas fictícias em nome de presos para emitir notas fiscais falsas e despachar drogas trazidas do Paraguai via lago de Itaipu, no Paraná. Os carregamentos de narcóticos eram enviados através de transportadoras da cidade paranaense de Cascavel.

A suspeita é que os criminosos se valiam de um advogado com conhecimento em contabilidade para abertura de empresas fictícias em nome de outros traficantes. A partir disso eram emitidas notas fiscais de venda de produtos naturais para dissimular a remessa de drogas.

Conforme a Polícia Federal, o esquema ocorria pelo menos desde 2020. A atividade envolvia também a criação de logomarcas, uniformes e plotagem de veículos e embalagens para simular a efetiva remessa dos produtos naturais sem chamar atenção das transportadoras.

O líder do esquema, que tinha o advogado como seu braço direito nas atividades intelectuais e financeiras, utilizava- se de ao menos quatro empresas de fachada para a lavagem de dinheiro. Houve a identificação de empresas de lavagem de veículos na região central da cidade, loja de roupas, além de auto center e loja de móveis.

Para promover o transporte e o despacho da droga, os líderes do grupo cooptavam preferencialmente mulheres com filhos menores, visando garantir que a soltura em caso de prisão fosse mais rápida, valendo-se dessa circunstância como argumento pela defesa.

Além do tráfico de drogas, o grupo também é suspeito de tentativa de homicídio ocorrida no município paranaense de Matelândia, em fevereiro deste ano. Na ocasião, dois dos investigados planejaram e executaram a ação, enquanto outro membro fornecia os endereços atualizados da vítima, a partir de consulta em sistemas oficiais da justiça.

A operação foi batizada de Lottus em alusão ao símbolo de uma flor de lótus que era utilizado pelos criminosos como uma espécie de “marca registrada” nos logotipos e uniformes das empresas de fachada criadas pelo grupo. Essa característica chamou atenção dos policiais federais nas diferentes apreensões de drogas nas transportadoras. Os envolvidos devem responder pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro. 


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