PF faz operação contra quadrilha de Fernandinho Beira-Mar
Ofensiva deve cumprir mandados em cinco estados e no Distrito Federal
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Beira-Mar está preso há 11 anos no sistema penitenciário federal. Segundo a PF, o grupo movimentou valores superiores a R$ 9 milhões, com ordens dadas por meio da troca de bilhetes de dentro do Presídio Federal de Porto Velho, onde o traficante está detido.
A Operação Epístolas cumpre 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, na Paraíba, no Ceará, em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
A PF também realiza outras medidas cautelares, como o bloqueio do dinheiro depositado em 51 contas bancárias e a suspensão de atividades comerciais de nove empresas.
Investigação
De acordo com a PF, as investigações se iniciaram há um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita, encontrado por agentes federais de execução penal na Penitenciária de Rondônia. Após a reconstituição e a realização de um exame grafotécnico, concluiu-se que ele havia sido escrito por Beira-Mar.
Pelo documento, foi possível identificar ordens a outros integrantes do grupo que se encontravam em liberdade. Foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados ao interno. Os papéis eram entregues por um esquema considerado pela PF altamente elaborado e sofisticado.
Ainda segundo a PF, não há indício da participação no crime de agentes do presídio ou de demais servidores públicos.
Epístolas
A PF explicou que o termo "epístola", que dá nome à operação, é utilizado para denominar textos escritos de maneira coloquial em forma de carta, com objetivo, ou não, de serem enviados ou obter respostas dos destinatários.