PF faz operação em Porto Alegre e Viamão contra lavagem internacional de dinheiro
Investigação indicou existência de valores que foram remetidos a empresas fantasmas
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O trabalho investigativo, iniciado há pouco mais de um ano, é coordenado pelo delegado Eduardo Dalmolin Bollis, da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF, em Porto Alegre. A remesa de valores do Leste Europeu ao RS ocorria, em parte, pela via legal pois a entrada de R$ 4 milhões foram declarados no Brasil. O restante, porém, permanece uma incógnita. Os policiais federais apuram se o dinheiro permaneceu no RS ou seguiu adiante. A PF já descobriu que o esquema incluia cinco empresas gaúchas fantasmas, sobretudo no ramo imobiliário, em nome de laranjas. “Elas estão estabelecidas em um mesmo endereço e não estão em operação”, observou.
Na prática, acrescentou, elas não existem e sequer consta o recebimento do suposto dinheiro enviado pelo investidor tcheco. “Precisamos saber para onde foi efetivamente o dinheiro, além de sua origem”, resumiu, observando que nem a suposta compra de imóveis foi comprovada até o momento. O delegado Eduardo Dalmolin Bollis avaliou ainda que é muito cedo para dizer que o RS é apenas uma ponta de uma esquema muito maior de lavagem de dinheiro, em nível internacional. mas admitiu a possibilidade.
As investigações, que serão agora aprofundadas, indicam que alguns dos tchecos estiveram envolvidos em crimes e usam inclusive documentos falsificados, sendo que um já esteve até preso.
A Operação foi denominada Multifake, pois um dos principais investigados usou, pelo menos, quatro nomes, sendo três identidades falsas de brasileiros. Um dos nomes começou a ser usado pelo investigado há mais de 20 anos. Na Europa, ele já cumpriu pena e foi extraditado da Croácia para a República Tcheca.