PF flagra estrangeiros entrando ilegalmente no País por Uruguaiana
Maioria são de origem africana e chinesa
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Maioria dos ilegais é de origem africana
A maioria dos ilegais, de acordo com o delegado federal, é de origem africana e, ultimamente, uma parcela significativa de chineses também tem tentado burlar a imigração brasileira. Segundo Guedes, muitos dos estrangeiros têm visto de entrada no Brasil, porém, excederam o limite de entrada e saída que a lei permite. Outros, não tem o visto. “A quantidade de entrada e saída do país (Brasil) depende da situação de cada um”, explicou o policial federal. “Tem diferenças entre exilados, refugiados, pessoas que pedem permissão para trabalhar no Brasil, e assim por diante.”
O último caso de travessia de ilegais ocorreu na terça-feira, quando o Departamento de Polícia Federal prendeu um brasileiro que trazia um rapaz, oriundo do Senegal, que já tinha excedido o limite de entrada e saída do Brasil. A prisão ocorreu na margem brasileira do rio Uruguai, em Uruguaiana, quando a dupla tinha acabado de concluir a travessia de barco, vinda da cidade argentina vizinha de Paso de Los Libres. O senegalês tentava evitar o trâmite comum de imigração que é feito junto à Ponte Internacional que liga os dois países.
De acordo com a Polícia Federal, o crime de introdução de estrangeiro clandestinamente, descrito na lei número 6.815, de 1980, prevê pena de detenção de um a três anos. Por esta razão, foi arbitrada fiança ao “coyote” brasileiro, cujo valor foi pago por familiares deste. O outro suspeito da ação criminosa é o dono da embarcação. De acordo com a PF, ele iria remunerar o barqueiro pelo transporte do senegalês. Este suspeito foi identificado pelo barqueiro e está sendo procurado pelos federais.
A realização da prisão faz parte das ações da Operação Sentinela. Uma ação de controle, fiscalização e inteligência policial na faixa de fronteira do Brasil com países vizinhos e tem por objetivo a prevenção e repressão de crimes transnacionais, como contrabando, descaminho, tráfico internacional de drogas, armas e munições, e da qual participam a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Viagem a São Paulo
Quando conseguem cruzar a fronteira sem serem flagrados, os ilegais tomam um ônibus e se dirigem a São Paulo. Na capital paulista, eles vão até a rua 24 de Maio, onde proliferam as lojas de artigos variados e a preços baixos. Depois de comprarem, eles retornam para a fronteira e passam para Buenos Aires. “Na capital da Argentina, eles revendem os produtos”, disse Guedes. “Eles (estrangeiros) vivem como vendedores ambulantes.”