PF mira grupo que movimentou R$ 3,5 bilhões em contrabando de grãos e agrotóxicos no RS

PF mira grupo que movimentou R$ 3,5 bilhões em contrabando de grãos e agrotóxicos no RS

Ofensiva também ocorre em Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Maranhão

Marcel Horowitz

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira as operações Dangerous e Paschoal, tendo como alvo uma organização criminosa investigada por um esquema bilionário de contrabando de grãos, especialmente soja e milho, além de agrotóxicos trazidos da Argentina para o Brasil através de portos clandestinos, localizados às margens do Rio Uruguai. O grupo é suspeito de movimentar R$ 3,5 bilhões em cinco anos.

A ofensiva ocorre no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Maranhão. Até o momento, 12 suspeitos foram presos. 

Foram mobilizados 200 policiais federais para o cumprimento de 59 mandados de busca e apreensão, além de 16 ordens de prisão (quatro preventivas e 12 temporárias), nas cidades gaúchas de Palmeira das Missões, Rodeio Bonito, Cerro Grande, Três Passos, Tiradentes do Sul, Horizontina, Crissiumal, Santo Ângelo, Condor, Tuparendi, Santana do Livramento. Diligências também ocorrem em Itapema (SC), Itaí (SP), Palmas (TO) e São Luis (MA).

Também são executadas medidas de bloqueio de contas bancárias, vinculadas a pessoas físicas e jurídicas, num total de aproximadamente R$ 58 milhões. Foram sequestrados judicialmente automóveis, imóveis de luxo e uma aeronave, avaliada em R$ 3,6 milhões. A ação conta ainda com o apoio da Brigada Militar, da Receita Federal do Brasil, Receita Estadual do Rio Grande do Sul e da PRF. 

As investigações tiveram início em 2022 e apuraram que a organização criminosa é formada por três núcleos, que atuam de forma coordenada entre os detentores dos portos clandestinos, revendedores e receptadores das mercadorias contrabandeadas, além de operadores financeiros. Através de doleiros, o grupo realizava diversas operações cambiais à margem do sistema legal para promoção de evasão de divisas. Segundo a PF, a finalidade era pagar fornecedores da mercadoria no exterior. Duas das empresas utilizadas com esse propósito adquiriram criptoativos na ordem de R$ 1,2 bilhões.

Durante o período de investigação, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, presas 11 pessoas em flagrante e apreendidos caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos. As operações criminosas eram amparadas pela utilização de documentação fraudada, como notas de produtores rurais lançadas para justificar o grande volume de grãos contrabandeados comercializados ou emitidas por empresas de fachada.

Mandados de busca e apreensão:

RS/Cerro Grande - 3 
RS/Condor - 1
RS/Crissiumal - 1 
RS/Horizontina - 1
RS/Palmeira das Missões - 22
RS/Rodeio Bonito - 1 
RS/Santana do Livramento - 4 
RS/Santo Ângelo - 1 
RS/Tiradentes do Sul - 9 
RS/Três Passos - 7 
RS/Tuparendi - 2 
SC/Itapema - 1
SP/Itaí – 2 
MA/São Luis - 1 
TO/Palmas - 3

Mandados de prisão preventiva:

RS/Palmeira das Missões - 4

Mandados de prisão temporária:

RS/Cerro Grande - 1 
RS/Crissiumal - 1 
RS/Palmeira das Missões - 3
RS/Santana do Livramento - 1 
RS/Tiradentes do Sul - 4 
RS/Três Passos - 2 


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