PF pede sequestro de bens de indiciados na Operação Concutare
Inquérito sobre concessão de licenças ambientais mediante propina foi encaminhado à Justiça Federal
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Há quatro meses, uma ação da PF provocou afastamentos de servidores da Secretaria do Meio Ambiente do Município e do Estado por conta do suposto envolvimento de servidores públicos dos órgãos. “Acontecia um grande dano ao meio ambiente do Estado do Rio Grande do Sul”, afirmou o superintendente da PF no Estado, Sandro Caron. "Fizemos o pedido de sequestro de vários bens na tentativa de garantir que esses valores indevidamente recebidos sejam devolvidos aos cofres públicos”, sustentou o delegado.
Conforme a corporação, 49 pessoas foram indiciadas – 13 servidores públicos, 18 empresários, nove consultores ambientais e nove pessoas que teriam participado dos crimes, incluindo “laranjas” utilizados para a ocultação de bens obtidos ilegalmente.
Além disso, foram indiciadas sete empresas, que poderão ter as atividades suspensas e impedimento de que alguns indiciados atuem na área ambiental. “Estamos pedindo a liquidação de uma pessoa jurídica que está envolvida nesses crimes e essa entidade, em tese, não poderá mais atuar. Estamos pedindo também que algumas pessoas envolvidas nos crimes sejam proibidas de frequentar órgãos de licenciamento ambiental”, explicou o o superintendente da PF.
De acordo com a PF, o relatório aponta a realização de diversos crimes ambientais, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Formação de quadrilha e falsidade ideológica também estão entre os delitos que teriam sido praticados pelos envolvidos.
A investigação sobre o esquema começou ainda no ano passado, em maio. Neste ano, desde abril, quando a ação foi deflagrada, mais de 100 oitivas foram realizadas, centenas de documentos analisados e mais de 30 processos de licenciamento ambiental periciados.
Com informações da repórter Camila Kila