PM denunciado por tortura em Jaguarão foi investigado em 2011 por agressão
Caso terminou sem punição porque vítima não compareceu a depoimento
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Três anos depois que um estudante baiano e negro teve de deixar Jaguarão, no Sul gaúcho, alegando ter sido agredido e ameaçado por um grupo de PMs, um dos supostamente envolvidos no caso foi, nesta quarta-feira, denunciado, pelo Ministério Público, por uma situação semelhante.
Hélder Souza Santos, então com 25 anos, contou ter sido abordado pela BM na saída de uma festa e chamado de “negão”. Ele relatou que, ao questionar a atitude do policial, foi agredido e, na sequência, ameaçado. O caso foi acompanhado pelas Secretarias Estadual de Direitos Humanos e Especial de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência da República.
Na época, o policial foi apontado pelo estudante da Unipampa como sendo um dos que o ameaçaram. Como o jovem voltou à Bahia e nunca retornou para prestar depoimento, não houve punição, já que injúria e lesão corporal dependem da representação da vítima para que haja investigação. Nesta quarta-feira, o PM foi denunciado e pode se tornar réu em um processo sobre tortura e coação.
Outros cinco foram denunciados, além de um comparsa, que não é policial. O grupo foi investigado por torturar cinco pessoas, incluindo um adolescente, para descobrir quem havia furtado a residência do PM, no feriado de 7 de setembro.
As casas dos suspeitos foram invadidas e todos foram algemados e agredidos a socos e chutes, antes de colocados dentro da viatura. Em seguida, foram encaminhados à chácara, que fica na localidade de Santinha, no interior do município. No local, voltaram a ser espancados, dessa vez com golpes de madeira e rebenque. Eles também foram asfixiados com um saco plástico na cabeça. Um dos suspeitos do furto foi colocado nu e algemado dentro do porta-malas da viatura e levado a outro local, onde foi agredido pela terceira vez, até voltar para a chácara.
