Polícia Civil investiga vazamento de dados sigilosos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

Polícia Civil investiga vazamento de dados sigilosos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

Equipe da 3ª DP de Canoas identificou três advogados e dois servidores do TJRS como suspeitos

Correio do Povo

Houve o cumprimento de 11 ordens judiciais em Porto Alegre, Viamão e Alvorada, além de Londrina, no Paraná

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A Polícia Civil investiga um possível vazamento de dados sigilosos envolvendo servidores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e advogados. O caso está com a 3ª DP de Canoas, sob comando da delegada Luciane Bertoletti, que deflagrou na manhã desta quarta-feira a operação Data Leak.

Cerca de 60 agentes em 20 viaturas cumpriram 11 ordens judiciais em Porto Alegre, Viamão e Alvorada, além de Londrina, no Paraná. Um helicóptero da Divisão de Apoio Aéreo atuou na ação iniciada ao amanhecer. A operação teve apoio do Núcleo de Inteligência do TJRS, Instituto-Geral de Perícias e da Polícia Civil do Paraná.

Segundo a delegada Luciane Bertoletti, a investigação identificou cinco suspeitos de cometerem os crimes de violação de sigilo funcional e associação criminosa. Tratam-se de três advogados e dois servidores do Poder Judiciário.

O trabalho policial começou ainda em setembro do ano passado, quando “diversos advogados solicitaram acesso a expediente sigiloso que tramitava na Comarca de Esteio”. Paralelamente à solicitação de acesso, explicou a delegada Luciane Bertoletti, um dos advogados impetrou habeas corpus preventivo em favor de seu cliente, antes mesmo da análise dos pedidos pelo Judiciário.

A partir de diversos cruzamentos de dados, a Polícia Civil chegou à identificação dos advogados e dos servidores, bem como “os indivíduos que teriam acessado indevidamente os pedidos de cautelares”.

O TJRS emitiu uma nota oficial sobre o caso. “O Tribunal de Justiça iniciou a investigação sigilosa há dez meses, a partir da impetração de um habeas corpus em favor de um investigado, cujos fundamentos eram a transcrição da medida cautelar proposta pela Delegacia de Polícia que ainda nem havia sido analisada pelo Judiciário”, manifestou-se.

“Desta forma, foi identificado quem havia feito o acesso e de onde ele havia partido. Com base na apuração desses dados, o TJ passou a investigar o que estava acontecendo e, a partir dos dados apurados, informou o Ministério Público e a Polícia Civil. Nesse caso, a investigação mostrou que foram usadas senhas de um servidor e de um estagiário”, informou.

“Além do processo criminal, seguem as apurações administrativas por parte do Tribunal de Justiça. O estagiário já foi afastado. A Administração do Judiciário gaúcho também está trabalhando na blindagem do sistema para não haver mais o uso inadequado de senhas”, concluiu o TJRS no comunicado.


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