Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese sobre o que motivou chacina na zona Norte

Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese sobre o que motivou chacina na zona Norte

Crime que teve sete mortes é tratado com máxima prioridade pelo órgão

Correio do Povo

Chacina teve sete mortos e um ferido

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A Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese sobre o que motivou a chacina ocorrida na noite de quinta-feira no bairro Passo das Pedras, em Porto Alegre. Sete pessoas morreram e uma oitava ficou gravemente ferida no interior de uma residência na rua Sotero dos Reis, quase esquina com a avenida Baltazar de Oliveira Garcia. O local servia como ponto de encontro e consumo de usuários de drogas.

“Temos um cenário de execução. Dentro desse contexto: as drogas. O local era uma casa bastante precária e deteriorada que servia para homens e mulheres consumirem drogas. Dentro deste cenário, a investigação vai se desenvolver para tentar buscar o esclarecimento necessário e apurar a autoria. Temos indicativo de que teriam sido dois ou três que desceram de um veículo, entraram na casa onde havia até um maior número de pessoas consumindo drogas. Algumas conseguiram correr segundo relato das vizinhas e as demais foram atingidas e mortas”, declarou o diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Paulo Rogério Grillo.

“Pela gravidade e repercussão procuramos tratar com a máxima prioridade em termos de atenção e recursos destinados à elucidação”, lembrou. “A investigação precisa de um tempo de maturação. Neste cenário tudo é possível. Vamos tentar esclarecer o que aconteceu: se foi uma disputa, se teve uma facção envolvida ou se foi simplesmente uma cobrança de dívida já que ali era um ponto de consumo de drogas. Foi um fato chocante até mesmo pra nós que temos experiência”, afirmou.

• Em sete meses de 2018, Porto Alegre já registra mais de 80% do total de homicídios do ano anterior

Apesar do caso ser investigado pela 5ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Grillo assegurou que todo o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa está mobilizado desde a noite dessa quinta. “Estamos priorizando o atendimento desta ocorrência”, enfatizou.

Foram identificados Adriano Müller Guimarães, 35 anos; Breno Eli Silva de Freitas, 71 anos; Najara Katiane Schumacher Pereira, 30 anos; Douglas Seelig de Fraga, 38 anos, e Jair da Luz de Souza, 49 anos, além de um homem e uma mulher, cujas identidades permaneciam desconhecidas até o final da tarde desta sexta-feira.

Conforme o delegado Paulo Rogério Grillo, os autores da chacina atiraram esparsamente e não em rajadas, atingindo as cabeças das vítimas. Houve a constatação do uso de pistolas calibres 9 milímetros por parte dos assassinos. “Temos um contexto de execução com certeza, mas existem ‘n’ possibilidades”, reafirmou.

Já o delegado Gabriel Bica, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, explicou que os indivíduos desceram de um veículo ainda não identificado e invadiram a residência, “um ponto bem conhecido de entorpecentes”, onde havia mais de dez pessoas consumindo principalmente crack. A possibilidade de um táxi usado pelos atiradores ainda não foi confirmada. “Foram pontualmente fazendo as execuções. Me parece que as vítimas acabaram encurraladas”, observou. Uma delas tentou esconder-se sob um armário enquanto outra morreu com um cigarro comum entre os dedos.

O perfil das vítimas, provavelmente alguns seriam usuários de entorpecentes, chamou a atenção dos agentes. “Foram com dois ou três atiradores...talvez tinham a ideia até que não haveria reação”, avaliou. O delegado Gabriel Bica disse também que até o momento a vizinhança não ajudou muito com o trabalho investigativo e por isso está sendo solicitada a colaboração da comunidade para podem repassar informações sobre os autores da chacina, mesmo sob anonimato, para o telefone gratuito 0800-6420-121, que atende nas 24 horas"


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