Polícia Civil prende 11 em nova ação contra telentrega de drogas no Vale do Sinos

Polícia Civil prende 11 em nova ação contra telentrega de drogas no Vale do Sinos

Prisões são fruto da segunda fase da Operação Delivery, deflagrada nesta quarta-feira

Marcel Horowitz

Draco de São Leopoldo faz segunda ofensiva contra telentrega de drogas no Vale do Sinos

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Um grupo que fazia telentrega de drogas é alvo da segunda fase da Operação Delivery, deflagrada nesta quarta-feira, no Vale do Sinos. São cumpridos nove mandados de prisão, além de seis ordens de busca e apreensão. Conforme a Polícia Civil, 11 suspeitos foram presos até o momento, sendo oito preventivamente e outros três, em flagrante.

Participam da ação 32 agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo, divididos em 12 viaturas. As diligências ocorrem no referido município e também em Portão, Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha.

A ofensiva acontece após a Justiça ter autorizado que os investigadores pudessem se disfarçar de clientes do esquema para comprar entorpecentes. O objetivo da medida foi comprovar a prática do tráfico, o que acabou sendo feito.

Relembre a primeira operação

Em agosto do ano passado, aconteceu a primeira fase da Operação Delivery, quando foi revelado que traficantes e usuários mantinham um grupo no WhatsApp. A ferramenta era o meio em que se negociava a venda de drogas, principalmente de cocaína.

Na época, foi detectado um grupo chamado ‘Tele Bala Online’, em que participantes podiam realizar compras via Pix ou fazer o pagamento em dinheiro, no momento da entrega. O delivery abrangia todos os municípios do Vale do Sinos.

Dois homens foram presos na ocasião. Um deles seria o gerente do esquema criminoso. O líder, no entanto, permanecia foragido.

Mesmo após a prisão, o criminoso investigado por gerenciar o tráfico acabou sendo solto em audiência de custódia. De volta às ruas, ele deu continuidade ao esquema. Esse é o motivo da nova etapa da ação, deflagrada nesta manhã após dois meses de investigações.

Reorganização da quadrilha

O delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior afirma que, desde então, a quadrilha conseguiu se reorganizar e estudou os métodos aplicados na primeira investigação. Para despistar a polícia, disse, os traficantes deixaram de se comunicar em grupos e passaram a contatar usuários individualmente, através de um perfil chamado ‘Tele do Papaizinho’.

"Logo após o encerramento da primeira fase, constatamos que o grupo criminoso se reorganizou e adaptou suas práticas. Os investigados claramente estudaram a metodologia da Draco, para tentar evitar novas prisões."

“Nesta segunda fase, para fugir da polícia, os investigados não mantiveram grupos, mas realizaram tratativas por contatos individuais com cada usuário. A intenção era evitar que se caracterizasse a associação criminosa entre os traficantes. Diante disso, tivemos que inovar as técnicas de investigação e conseguimos identificar o novo esquema”, disse Martins, que é titular da Draco de São Leopoldo

Tentativa de homicídio de policial

No início do mês, ainda segundo Martins, o mesmo criminoso solto por audiência de custódia tentou atropelar e matar um policial civil. O fato ocorreu durante uma tentativa de abordagem, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo.

"Esse traficante, no momento da abordagem, reconheceu o policial e acelerou o automóvel com intuito de atropelá-lo. Ele conseguiu atingir o agente que, por sorte, foi arremessado ao solo e apenas lesionou o joelho esquerdo”, contou o delegado.

Em 9 de março, o criminoso foi preso preventivamente por tentativa de homicídio. Além dele, outro suspeito foi capturado no último dia 15. Esse segundo homem é apontado como líder do grupo e estava foragido desde a primeira fase da investigação, no ano passado.


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