Polícia Civil prende foragido número um do RS

Polícia Civil prende foragido número um do RS

Narcotraficante foi preso em restaurante da Barra da Tijuca, na cidade do Rio Janeiro

Felipe Samuel

Investigado desembarcou em Porto Alegre na noite de segunda-feira

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Uma operação desencadeada por meio da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN), do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), na cidade do Rio de Janeiro,  resultou na prisão do foragido número do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil não divulgou o nome do homem, mas a reportagem apurou que se trata de Fernando Luiz Doval Júnior. Ele foi capturado na segunda-feira em um restaurante de alto padrão de uma praia da Barra da Tijuca.

Disfarçados vestindo camisetas de clubes de futebol como Flamengo e Botafogo, o trio de policiais civis abordou Doval Júnior dentro do restaurante. O foragido, que estava acompanhado da esposa e do cunhado, não esboçou reação. Ele foi transportado no final da noite de segunda-feira para o Estado por meio do avião da Polícia Civil. Responsável pela operação, o delegado Gabriel Borges afirma que a prisão representa um impacto importante no crime organizado. 

“Esse preso é o coordenador do maior esquema logístico de transporte de cocaína para o Sul do País. Ele domina as rotas de tráfico internacional e de países produtores, como Peru, Bolívia e Equador. Ele sabe todo o esquema logístico para transporte, onde essa droga precisa ser buscada e onde vai ser descarregada no RS”, destaca. O investigado era piloto de corrida automobilística e piloto de aeronaves. E integra uma organização criminosa no Vale do Sinos.

Desde o início do ano passado o investigado estava escondido em Orlando, na Flórida, mas havia voltado ao país há 7 dias, quando foi identificado por agências de inteligência da Polícia Federal. “Ele conseguiu fugir do país e se esconder nos Estados Unidos. E de lá montou sua base e continuou operando de forma muito forte o esquema de tráfico de drogas na modalidade aérea”, completa. Em média, cada voo realizado narcotraficante levava 450 quilos de cocaína.

Segundo as investigações, em média, eram quatro viagens por semana ao Estado. Cada voo rendia cerca de R$ 500 mil ao piloto. De acordo com Borges, o investigado começou no mundo do crime há pouco mais de uma década, praticando estelionatos e se aproximando de grandes lideranças em razão de vínculos parentais. “Em 2021, ele foi alvo de uma investigação do Denarc, sendo preso por operar aeronaves que traziam cocaína ao Estado. Além disso, houve o sequestro judicial de uma dessas aeronaves”, destaca.

De acordo com Borges, o investigado conseguiu obter “patrimônio financeiro significativo”, mas grande parte já foi alvo de sequestro judicial, bloqueios ou restrições. “Já tinha conseguido constituir empresa de aluguel de veículos nos Estados Unidos, mas era tudo de fachada para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas”, observa. Segundo a Polícia Civil, em Orlando ele tinha alto padrão de vida e frequentava locais visitados por celebridades.

“Frequentava locais nobres, restaurantes de altíssimo poder aquisitivo, inclusive com celebridades, artistas, tudo isso oriundo do tráfico de drogas”, ressalta, acrescentando que nada indica relação de celebridades com o investigado. Segundo a Polícia Civil, o patrimônio do investigado envolve imóveis, automóveis, aeronaves, lanchas, contas bancárias e empresas. “Esse dinheiro ilícito era convertido em patrimônio”, afirma.

 


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