Polícia de Passo Fundo investiga morte de jovem cinco dias após o parto

Polícia de Passo Fundo investiga morte de jovem cinco dias após o parto

Autoridades apuram para saber se houve negligência ou imperícia no atendimento da vítima

Correio do Povo

publicidade

A Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Passo Fundo investiga a morte de Jaqueline Quadros da Silva Ferreira, 24 anos, ocorrida cinco dias após uma cesariana no Hospital de Clínicas. O óbito ocorreu no final da tarde da última terça-feira. Ela deixa esposo e três filhos, incluindo a recém-nascida e outros dois, sendo um de cinco e outro de seis anos de idade.

“Assim que tomamos conhecimento do fato, instauramos inquérito policial para apurar se houve negligência ou imperícia no atendimento da vítima. Agora solicitaremos documentação ao hospital e ouviremos testemunhas”, adiantou a delegada Daniela de Oliveira Mineto. Os laudos do Instituto-Geral de Perícias estão sendo aguardados. “Nós solicitamos um exame de necropsia ao IGP”, frisou.

“A vítima ainda não tinha sido sepultada e então nós tomamos a precaução de solicitarmos o exame da necropsia. Assim que esse boletim de ocorrência chegou na DPHPP, eu já instaurei o inquérito para investigação de homicídio culposo por negligência e, a partir disso, nós vamos começar então a ouvir os familiares e os profissionais do hospital. Vamos solicitar algumas documentações do hospital também e, a partir disso, estabelecer o que pode ter ocorrido”, explicou a delegada Daniela de Oliveira Mineto. “Nós já vamos iniciar outras diligências”, acrescentou. “Todos os casos onde há o apontamento de erro médico, nós temos a cautela de primeiro coletar alguns documentos”, complementou.

“São fatos pontuais que ocorrem, independentemente do hospital onde essa pessoa falece. A gente instaura inquéritos policiais para verificar circunstâncias semelhantes a essas, onde os familiares tendem a pensar que houve um erro médico e, para isso então, há necessidade de investigação para que a gente busque se efetivamente houve ou não alguma falha”, observou.

A família registrou um boletim de ocorrência na quinta-feira passada e quer o esclarecimento sobre as causas da morte da jovem. Um protesto com pedido de justiça está marcado para a tarde do próximo dia 9 em frente ao hospital.

Os familiares estão inconformados, pois alegam que a gravidez dela não apresentou problemas. Após o parto, porém, teriam ocorrido complicações. “Foi um tremendo pesadelo, uma tragédia que se bateu na nossa casa, na nossa família. A minha filha passou uma gravidez maravilhosa”, lembrou a mãe da jovem, Dulce Rheinheimer Pinto, à reportagem da Record TV RS.

“Ela teve a filhinha dela, ela ganhou a menina, deu tudo certo. Dali há pouquinho, meu genro ligou que teriam de tirar o útero dela, pois tinha dado complicação no parto. Abriram ela, tiraram útero e fecharam. À tarde tiveram que abrir de novo, pois tinha dado o sangramento e foi aquela sequência de erro, aquele abre e fecha. Ela pior cada vez mais, uma cirurgia atrás da outra e começou a dar parada cardíaca. Eu fui visitar no sábado minha filha na UTI. Ela estava completamente inchada e entubada, já não atendia mais”, relatou Dulce Rheinheimer Pinto.

“No domingo e na segunda piorou. Na terça-feira, simplesmente me entregaram ela em um caixão. Ela entrou lá saudável, linda para ganhar filhinha dela e saiu da forma mais horrível do mundo, massacrada, toda machucada”, disse a mãe.

“Ela tinha o sonho de maternidade, ela amava ser mãe. Ela era uma filha maravilhosa, uma esposa maravilhosa, uma mãe como eu nunca vi na minha vida. Ela nasceu para ser mãe, ela amava a maternidade. Eu vou gritar e eu vou pedir explicação, eu quero uma explicação”, afirmou. Para a família, a morte foi causada por erro médico e as informações dadas foram insuficientes. “Foi uma sequência de erros”, resumiu Dulce Rheinheimer PintoS.

A instituição hospitalar divulgou uma nota oficial. “O Hospital de Clínicas de Passo Fundo vem a público esclarecer sobre os fatos recentemente compartilhados nas redes sociais. Nos solidarizamos com familiares e amigos e lamentamos profundamente com o desfecho do caso. Reafirmamos o compromisso da instituição e de seus profissionais com a assistência qualificada e humanizada em saúde, esclarecendo que todos os esforços e meios necessários foram empregados durante a internação da paciente”, manifestou-se.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895