Polícia deflagra operação contra lavagem de dinheiro em Porto Alegre e Região Metropolitana

Polícia deflagra operação contra lavagem de dinheiro em Porto Alegre e Região Metropolitana

Ordens judiciais e apreensões de bens totalizam R$ 1,1 milhão

Felipe Samuel

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Com o objetivo de desmantelar células financeiras de organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e combater a lavagem de dinheiro, a Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira a Operação Partícipes. Foram cumpridas 20 ordens judiciais, entre prisão preventiva, mandados de busca e indisponibilidade/sequestro de bens, veículos, imóveis, contas bancárias, ativos nas residências nas cidades de Porto Alegre, Gravataí e Cachoeirinha, além da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC). 

De acordo com as investigações, os ativos sequestrados totalizam R$ 1,1 milhão. Os policiais cumpriram mandado de prisão preventiva em Cachoeirinha contra um homem apontado como responsável pela gerência financeira e interligação entre alguns integrantes de facção sediada no Vale dos Sinos com líderes de organização criminosa com atuação na zona leste de Porto Alegre. O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DRLD/Denarc), delegado Adriano Nonnenmacher, destacou a importância da prisão.

“Conseguimos capturá-lo. Ele era investigado desde a fase 1 da Operação, que foi desencadeada em dezembro do ano passado”, explicou. O suspeito, que utilizava tornozeleira eletrônica, vai responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa e porte ilegal de arma. “Obtivemos provas mais contundentes que corroboram a participação dele”, reforçou.Conforme Nonnenmacher, as duas fases da operação - realizadas num período de um ano e oito meses - resultaram na prisão de lideranças do tráfico de drogas. 

Na primeira fase, as investigações resultaram o bloqueio bancário de R$ 3,2 milhões dos criminosos. Ao todo, com o bloqueio bancário efetuado hoje, o total chega a R$ 4,4 milhões. “Identificamos uma movimentação bancária de R$ 217 milhões, em três anos, de 20 suspeitos”, completou. Segundo a Polícia, alguns já foram indiciados e presos preventivamente na primeira fase da operação, realizada em dezembro do ano passado. 

Após meses de análises bancárias, financeiras, fiscais, telemáticas, extração de dados telefônicos e diligências externas, a Polícia identificou o modus operandi na lavagem de capitais em ambas as fases. As investigações revelaram que os traficantes, com atuação em nível de atacado, atuavam em várias cidades do RS, com conexões também em Santa Catarina e Paraná, usando o sistema financeiro para a dissimulação e pulverização de recursos ilícitos. As investigações apontam que a quadrilha operava com a ocultação de veículos de luxo. 

“Usavam terceiros para ocultar carros de luxo e trocar carros de luxo entre eles, bem como imóveis”, pontuou. Os criminosos também efetuavam constante moeda de troca entre os membros para o pagamento das negociações de compra de drogas e armas em outros Estados. Foram constatados pagamentos fracionados, burlando fiscalizações bancárias entre os operadores financeiros das diferentes facções citadas.

A Operação Partícipes é um seguimento da Operação Consortium, deflagrada em dezembro de 2022. A ação é realizada por intermédio da Delegacia de Repressão a Lavagem de Dinheiro e Divisão de Inteligência (DRLD/DIPAC) do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e conta com apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). 

 


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