Polícia desarticula quadrilha de SP especializada em roubar imóveis de luxo em Porto Alegre

Polícia desarticula quadrilha de SP especializada em roubar imóveis de luxo em Porto Alegre

Três criminosos gaúchos, um mineiro e dois paulistas foram presos por assalto a residências de alto padrão

Marcel Horowitz

Revólveres e joias roubadas foram apreendidos com quadrilha

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Uma quadrilha especializada em roubar imóveis em bairros nobres de Porto Alegre foi desarticulada, conforme anunciou a Polícia Civil durante coletiva na manhã desta segunda-feira. O grupo é liderado por criminosos em São Paulo, mas também tem ramificações no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Seis pessoas foram presas.

Foram detidos três gaúchos, um mineiro e dois paulistas. Um sétimo suspeito, também natural de São Paulo, está foragido.

A polícia gaúcha investigava o bando desde o final de 2022. Segundo as apurações, foram cometidos ao menos três roubos a residências de luxo, nos bairros Chácara das Pedras e Bela Vista, na Capital. Um quarto assalto ocorreu em Garopaba, no litoral Sul de Santa Catarina.

De acordo com a diretora do Departamento de Polícia Metropolitana, delegada Adriana Regina da Costa, os criminosos portavam armamento de grosso calibre. Eles também agiam mascarados e utilizavam luvas.

"O modus operandi deles era sempre com muita violência. Fortemente armados, eles invadiam residências e faziam os moradores reféns. Além disso, a todo o momento as vítimas eram alvo de ameaças e agressões”, disse Adriana Regina da Costa.

Ainda segundo delegada, tanto na ida aos imóveis como no momento da fuga, cada suspeito era guiado por um motorista de aplicativo. Os membros da quadrilha também viajavam em ônibus e veículos distintos, em idas e voltas na região Sul. A tática seria uma forma de evitar que eles fossem capturados em conjunto.

O diretor da DP Regional de Porto Alegre, delegado Cléber dos Santos Lima, adiciona que os criminosos por vezes instalavam câmeras de vídeo no entorno das casas de luxo. Os aparelhos ficavam acoplados em postes, no intuito de monitorar a rotina das vítimas.

“O grupo era treinado para implementar e atuar nesse tipo de ação criminosa. Eles chegaram a manter idosos e crianças pequenas sob a mira de armas”, relatou o delegado.

Em fevereiro, após o crime em Garopaba, parte do grupo retornou para São Paulo. À época, eles roubaram joias avaliadas em mais de R$ 2 milhões. Os itens foram entregues receptadores, que os disponibilizaram para venda em leilão, mas acabaram sendo recuperados pela polícia gaúcha.

Três gaúchos, sendo dois de Porto Alegre e um de Alvorada, foram presos no mesmo mês. Na ocasião, eles estavam hospedados em um resort de alto padrão, também em Garopaba. Com idades entre 23 e 31 anos, o trio soma antecedentes por homicídio, latrocínio, porte ilegal de armas e furtos.

Outros três homens foram detidos no sábado. Eles foram localizados quando se preparavam para cometer assaltos na zona Sul da Capital, momento em que tentaram fugir em dois veículos. Houve perseguição mas, com o apoio da Polícia Rodoviária, eles foram capturados.

Dois assaltantes paulistas foram presos na BR 290. Outro, natural de Minas Gerais, foi detido na BR 101, em Torres. A ficha criminal deles acumula registros por ameaça, associação criminosa e receptação. Dois revólveres e joias, ambos roubados, foram apreendidos.

“Eles estavam sendo monitorados há dias. Chegamos a suspender ações, para evitar que roubos se transformassem em latrocínios. Até que, no último sábado, decidimos que era hora de atacar o grupo”, afirmou o titular da 9ª DP de Porto Alegre, delegado Alexandre Vieira.

As investigações prosseguem para capturar o suspeito que está foragido e identificar mais receptadores de itens roubados. Segundo a PC, o grupo tem atuações em outros estados. A suspeita é que uma facção paulista atue como patrocinadora das empreitadas criminosas.


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