Polícia descarta que confronto entre facções catarinenses motivou chacina

Polícia descarta que confronto entre facções catarinenses motivou chacina

Órgãos de segurança acreditam que causa das mortes foi esganadura, que não é empregada pelo PCC

Correio do Povo

Cinco pessoas mortas na noite de quinta-feira

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O delegado Anselmo Cruz, diretor da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Florianópolis, descartou a possibilidade de um confronto entre facções criminosas catarinenses ter sido o motivo dos cinco assassinatos no apart-hotel Venice Beach, em Canasvieiras, no Norte da Ilha. Ele e o diretor de polícia da Grande Florianópolis, delegado Vérdi Furlanetto, esclareceram algumas informações sobre a chacina durante uma coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, conforme o jornal Notícias do Dia.

A polícia acredita que a causa das mortes foram esganadura, mas é necessário esperar o resultado dos exames do Instituto Médico Legal (IML) para ter certeza de que as vítimas não ingeriram ou inalaram alguma substância. De qualquer modo, segundo os delegados, o tipo de violência empregada afasta a possibilidade de envolvimento da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no crime.

O diretor da Deic explicou que uma das linhas de investigação adotadas considera que a assinatura com a sigla da facção na cena do crime foi feita para despistar, tirar o foco da autoria do crime. “Não há nenhuma movimentação que indique qualquer situação envolvendo conflito de facções. Em segundo lugar, os crimes que normalmente acontecem, que seriam atribuídos a essa facção paulista não têm esse modus operandi”, explicou Cruz.

“Tudo indica que seja uma vingança com requinte de tortura”, disse o delegado Furlanetto, sobre os assassinatos.

Segundo Furlanetto, a principal linha de investigação já foi definida e está sendo trabalhada por todos os setores de inteligência.“A vítima era um empresário, que teve alguns problemas financeiros, alguns negócios que foram feitos. A partir daí, é uma linha de investigação, alguém que tenha sido prejudicado”, disse sobre Paulo Gaspar Lemos,78, proprietário do hotel onde o crime aconteceu. “Tudo indica que seja uma vingança com requinte de tortura”, enfatizou Furlanetto, sobre os assassinatos. Paulo estava envolvido em processos trabalhistas tanto em São Paulo quanto em Santa Catarina e outros integrantes da família estavam sendo investigados em quatro inquéritos.

A Delegacia de Homicídios investiga o caso. As vítimas foram identificadas como Paulo Gaspar Lemos, 78 anos, seus filhos, Katya Gaspar Lemos, 50 anos, Leandro Gaspar Lemos, 44 anos e Paulo Gaspar Lemos Junior, 51 anos, e seu sócio, Ricardo Lora, 39 anos.

Segundo o comandante da 1ª Região da Polícia Militar, tenente-coronel Marcelo Pontes, a família tinha histórico de estelionato e dívida e algumas das vítimas tinham passagens policiais por apropriação indébita e injúria. Nenhum deles tinha mandado aberto.

O crime

De acordo com informações da polícia, o crime foi cometido por três pessoas, que invadiram o hotel onde a família morava por volta das 16h de quinta-feira, encapuzadas e com luvas. Pelo menos um dos suspeitos estava armado. Conforme a PM, todos os mortos estavam amarrados e sem identificação no momento da primeira varredura. Todo o local foi periciado e foi encontrada na parede a sigla da facção criminosa PCC, indicando que o motivo da chacina teria sido um acerto de contas.

Para fugir, os criminosos roubaram dois carros que estavam no local. Um deles já foi encontrado e levado para o IGP. Por meio de investigações, a Polícia Militar de Florianópolis encontrou na manhã de sábado o Ford Focus pertencente à família que foi vítima da chacina.

De acordo com a polícia, o carro estava estacionado em uma rua do bairro Cachoeira do Bom Jesus. Conforme a polícia, o carro teria sido utilizado pelos criminosos para fuga após o crime e será periciado. Ele foi encaminhado para a 7ª Delegacia de Polícia.

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