Polícia desmantela gráfica de publicações nazistas na Argentina

Polícia desmantela gráfica de publicações nazistas na Argentina

Dono do material foi preso nesta quarta-feira em Buenos Aires

AFP

Dono do material foi preso nesta quarta-feira em Buenos Aires

publicidade

A polícia argentina apreendeu mais de 200 publicações e capas de livros de orientação nazista em uma gráfica irregular instalada em uma casa de um subúrbio de Buenos Aires e prendeu o dono, informaram as autoridades nesta quarta-feira (13).

Agentes da Polícia Federal Argentina (PFA) chegaram à gráfica clandestina em San Isidro, 25 km ao norte da capital, após dois anos de investigação. Confiscaram publicações com imagens de suásticas e símbolos do grupo paramilitar SS, entre outras proibidas pelas leis antidiscriminação locais.

"Estamos atônitos com a quantidade de material, é histórico. É uma verdadeira gráfica de difusão e venda de simbologia, livros e doutrinação nazista", disse o chefe da PFA, Juan Carlos Hernández, em entrevista coletiva.

A denúncia que levou à abertura da investigação foi feita em 2021 pela Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA) e recebida pela Unidade de Investigações Terroristas da PFA.

O material "de alta qualidade" era vendido abertamente em lojas de comércio eletrônico "com alto nível de consumo e consultas", explicou Hernández.

"Não descartamos que seja apenas a ponta de um iceberg. Por ora, cortamos as linhas de distribuição, mas a lei também pune quem consome" publicações discriminatórias como as de orientação nazista, declarou o chefe policial.

A polícia explicou que a mera exibição de simbologia nazista é uma infração das leis argentinas porque "justifica, reivindica e até venera as atrocidades cometidas pelo regime nazista contra a comunidade judaica".

A Argentina foi refúgio de criminosos de guerra nazistas depois da Segunda Guerra Mundial, mas também acolheu judeus que fugiam das perseguições e dos campos de extermínio.

Em 2019, uma coleção com 83 objetos nazistas confiscados dois anos antes pela polícia em Buenos Aires foi entregue ao Museu do Holocausto da Argentina.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895