Polícia e perícia fazem reconstituição de crime no Salgado Filho

Polícia e perícia fazem reconstituição de crime no Salgado Filho

Mulher de 39 anos foi morta após ser rendida no estacionamento do aeroporto

Correio do Povo

Polícia e perícia fazem reconstituição da morte de funcionária do aeroporto Salgado Filho

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A reconstituição da abordagem e assassinato da funcionária do setor de informações do Aeroporto Internacional Salgado Filho, Mineia Sant Anna Machado, 39 anos, foi realizada nesta terça-feira pela Polícia Civil e Instituto Geral de Perícia (IGP) em Porto Alegre. O trabalho, que começou no final da manhã, teve como objetivo esclarecer algumas dúvidas sobre o crime.

O diretor do Departamento de Polícia Regional de Porto Alegre, delegado Cléber Ferreira, explicou que a reconstituição foi decidida após os dois envolvidos no crime, um homem de 32 anos e um adolescente de 16 anos, não assumirem a autoria da morte de Mineia. “Um acusa o outro de ter matado a vítima”, resumiu. 

Policiais civis e peritos começaram a reconstituição pelo Aeroporto Internacional Salgado Filho, onde Mineia foi rendida em seu Fiat Uno estacionado na rampa superior, na madrugada do dia 10 deste mês. Depois, a reconstituição prosseguiu em Triunfo, onde a vítima foi levada para um matagal no km 409 da BR 386, sendo morta.

O inquérito sobre o crime deve ser concluído nos próximos dias. Lembrando que se trata de um crime hediondo com pena prevista entre 20 e 30 anos de reclusão, o delegado Cléber Ferreira antecipou que, além do latrocínio, os dois investigados serão indicados por ocultação de cadáver e corrupção de menores. O inquérito deve incluir também com as imagens das câmeras de monitoramento que mostram os dois criminosos circulando pelo aeroporto e no momento em que abordam Mineia em seu veículo. A quebra de sigilo bancário da vítima foi solicitada pois os assaltantes teriam sacado dinheiro com cartão dela.

Os autores do crime foram presos no dia 12 no bairro Florestal, em Lajeado. O Fiat Uno foi apreendido com eles. No momento da detenção, a dupla vestia inclusive as mesmas roupas vistas nas imagens das câmeras de monitoramento. Já na manhã do dia 13 foi localizado o corpo da vítima, amarrada nas mãos, com marcas de golpes na cabeça e peito, no matagal. Nos depoimentos, um deles alegou ter sequestrado a mulher para roubar o carro que seria utilizado para assaltar um posto de combustíveis.

No entanto, conforme apuraram os policiais civis, os dois decidiram matá-la para que não “testemunhassem” contra os mesmos.  Um aparelho de dar choque foi encontrado com os suspeitos e teria sido usado para torturar a vítima, que foi golpeada com uma chave de fenda. A crueldade e frieza com que ela foi morta chamou a atenção dos policiais civis encarregados do caso. O menor de idade, que contou com detalhes como tudo ocorreu, não demonstrou qualquer arrependimento.

“Eu achei de uma frieza impressionante a maneira que ele narrou os fatos e praticou os golpes. Ele foi tão frio e disse ter dado um golpe no peito dela com a vontade de atingir o coração”, observou o delegado Cléber Ferreira.  O adolescente havia participado do tiroteio com policiais militares no bairro Vila Jardim, em abril deste ano, e que resultou em quatro bandidos mortos na frente do Hospital Cristo Redentor.



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