Polícia Federal de Livramento faz ação contra grupo que movimentou R$ 91 milhões ilícitos

Polícia Federal de Livramento faz ação contra grupo que movimentou R$ 91 milhões ilícitos

Estão sendo investigados crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, além de contrabando e descaminho

Correio do Povo

Agentes cumpriram nove ordens judiciais, além de sequestros de bens e de valores

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A Polícia Federal de Santana do Livramento deflagrou nesta quinta-feira a operação Fauda com o objetivo de combater uma organização criminosa especializada na prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, além de contrabando e descaminho. Nos últimos cinco anos, o grupo movimentou em torno de R$ 91 milhões em recursos potencialmente ilícitos, sendo que ao menos R$ 39 milhões foram evadidos possivelmente para o pagamento de mercadorias e fornecedores no exterior. Houve o cumprimento de dois mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão, além de sequestros judiciais de bens e de valores.

Há suspeita inclusive de envolvimento com facções da Região Metropolitana do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Dada a capacidade operacional, o grupo criminoso de Santana do Livramento funcionaria como braço logístico dessas facções.

Conforme apurado pela Polícia Federal, existem indícios do envolvimento dos membros do grupo criminoso com práticas criminosas desde 2009, tendo ao menos 20 inquéritos sobre a participação em delitos transfronteiriços. Somente no último ano, quatro prisões foram efetuadas em flagrante.

“Os investigados mantêm atividade voltada ao comércio de sucatas. As primeiras apurações focavam justamente o contrabando de lixo e de resíduos, prática essa que sempre capitaneou as atividades do grupo. Com o passar dos anos e a expertise adquirida na logística de transportes da fronteira, os envolvidos passaram a abarcar as operações de diversos outros delitos cometidos, especialmente o contrabando e o descaminho de mercadorias”, detalhou a Polícia Federal em um comunicado.

“A partir do mapeamento de operadores financeiros do mercado de câmbio informal da fronteira, a Polícia Federal passou a rastrear os movimentos econômicos da organização, identificando que as empresas e os membros do grupo passaram a operacionalizar toda a engrenagem financeira necessária para o cometimento dos delitos investigados, inclusive, pela remessa de valores ao exterior e pelas operações de câmbio”, acrescentou a instituição.

“A apuração demonstrou que a organização passou a centralizar todas as etapas do processo criminoso, envolvendo a operação logística e financeira. O principal membro do grupo, suspeito de ser o líder da organização, com o passar dos anos, promoveu a blindagem de seu patrimônio, com a transferência de bens e veículos a terceiros e com o investimento em empreendimentos e eventos esportivos na região”,  frisou.

“A dinâmica estabelecida buscou distanciar o líder da organização das atividades criminosas praticadas, dando aparência de licitude ao patrimônio ostentado pelo investigado. Todavia, a própria formatação da organização, formada a partir dos membros da família do principal investigado, acabou vinculando-o aos delitos mapeados”, finalizou a Polícia Federal.

Foto: PF / Divulgação / CP


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