Polícia gaúcha desarticula quadrilha especializada em furtos a empresas do setor de telecomunicações

Polícia gaúcha desarticula quadrilha especializada em furtos a empresas do setor de telecomunicações

Operação Rio Branco resultou na prisão de líder da organização criminosa na zona Leste de São Paulo

Marcel Horowitz

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Policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) deflagraram a Operação Rio Branco, na manhã desta sexta-feira, em decorrência de investigações sobre furtos de equipamentos de empresas de telefonia, ocorridos entre os meses de junho e setembro, no Rio Grande do Sul. Segundo a corporação, as diligências foram realizadas em São Paulo e resultaram na captura de um homem de 49 anos, apontado como líder de uma organização criminosa interestadual especializada em furtar materiais desse tipo. As investigações apontam que os criminosos atuavam nos estados da região Sul, gerando prejuízos que superam R$ 2 milhões a companhias do setor de telecomunicações.  
 
Conforme o delegado Luis Firmino, titular da DP de Repressão aos Crimes Contra Patrimônio das Concessionárias, a identificação dos integrantes do grupo ocorreu após a análise de imagens de câmeras de monitoramento. O delegado, que comandou a operação, conta que as investigações tiveram início após o furto de placas de transmissão, em uma estação da empresa V.Tal, na cidade de Paulo Lopes, em Santa Catarina. Na ocasião, os policias constataram que o crime havia sido cometido por três homens, que foram posteriormente identificados e monitorados até o município de Três Cachoeiras, no litoral Norte do estado gaúcho, onde realizaram outro furto, semelhante ao ocorrido no município catarinense. No dia 4 de setembro, eles acabaram sendo capturados, em Osório.  

A partir da prisão em flagrante do trio, foram recuperadas duas placas eletrônicas de transmissão de dados por fibra ótica. Firmino relata que cada um dos equipamentos, utilizados para fornecer rede a empresas do ramo telefônico, foram avaliados em mais de R$ 500 mil. "Esses materiais são placas de transmissão de dados, utilizados para fornecer redes a empresas como Tim, Vivo e Oi.  São equipamentos que auxiliam no sinal dos celulares, principalmente em localidades onde essas companhias não possuem instalações", explicou.

O delegado também conta que, após a detenção dos criminosos, todos oriundos do estado de São Paulo, os três foram interrogados e acabaram confessando que faziam parte de uma quadrilha, que era comandada por um homem na capital paulista. "Ao serem interrogados pelos policiais, eles confessaram a participação nos crimes e afirmaram que as ações eram organizadas, ajustadas e determinadas por um quarto indivíduo, também de São Paulo", destacou Firmino. Ainda segundo ele, a participação do bando já foi comprovada em pelo menos outras cinco ocorrências de furto. 

Nesta manhã foram cumpridas três medidas cautelares na capital paulista, sendo dois mandados de busca e apreensão e uma ordem de prisão preventiva, que resultou na captura do mandante dos crimes, em um imóvel no bairro José Bonifácio, na zona Leste de São Paulo. O suspeito, identificado apenas como 'Pedro', é proprietário de uma empresa de telecomunicações. Ele já havia sido preso em flagrante, em 2020, por furto qualificado de cabos e materiais da Vivo, em São Paulo. "Pedro também foi identificado como responsável por furtos de contêiner da na região das Missões, no Noroeste do Rio Grande do Sul", destacou o delegado, acrescentando que o investigado nega ser o líder do esquema. 

Questionado pelos policias na delegacia, Pedro teria alegado ser subordinado a um outro criminoso, que comandaria o esquema a nível nacional. No entanto, a Polícia Civil afirma que, com a prisão dos quatro suspeitos, a organização criminosa foi desmantelada. "Prendemos todas as pessoas que eram investigadas mas, naturalmente, as apurações prosseguem. Quando se trata de uma investigação como essa, nunca descartamos a participação de mais criminosos", disse Firmino.

A corporação calcula que os criminosos geraram prejuízos avaliados em aproximadamente R$ 2,5 milhões para as companhias de telecomunicação. Segundo a empresa V.tal, o furto de placas eletrônicas, apesar de já ocorrer nos demais estados, nunca havia acontecido no Rio Grande do Sul, sendo essa a primeira vez em que foi possível prender e identificar os integrantes de uma quadrilha especializada em furtos de equipamentos desse tipo, o que também foi confirmado pelos policiais. 


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