Polícia identifica dupla que executou estudante na Ilha das Flores; sexto suspeito é preso

Polícia identifica dupla que executou estudante na Ilha das Flores; sexto suspeito é preso

Um dos dois homens identificados como autores do ataque foi preso preventivamente, o outro não teve prisão autorizada pela Justiça

Marcel Horowitz

Operação desarticulou quadrilha envolvida em morte de estudante na Ilha das Flores

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Foi decretada a prisão preventiva do sexto suspeito de envolvimento no ataque a tiros que matou a estudante Sarah Silva Domingues, de 28 anos, na Ilha das Flores, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre. Ele seria um dos autores do atentado, ocorrido no dia 23 de janeiro, e foi detido quando prestava depoimento na delegacia. Um comparsa dele também foi identificado, mas não teve a prisão autorizada pela Justiça.

De acordo com a Polícia Civil, os homens atuaram como executores do ataque. Na residência deles, foram apreendidos capacetes de moto e as roupas utilizadas na data do crime. Nenhum dos dois mora na Ilha das Flores. A suspeita é que eles tenham sido pagos para cometer o crime.

Câmeras de segurança registraram a dupla guiando uma moto e efetuando disparos, antes de fugir. Dois dias antes do ataque, os suspeitos foram gravados no mesmo local, realizando a averiguação da área.

Segundo o relato de moradores, os tiros foram disparados, às 19h24min, em um mercado na Rua do Pescador. O alvo, aponta a investigação, era o proprietário Valdir dos Santos Pereira, de 53 anos. Ele foi executado dentro do comércio. Sarah foi baleada no peito e no braço, e morreu em frente ao estabelecimento. Pelo menos 15 tiros de pistola calibre 9 milímetros foram deflagrados.

Ao todo, 10 pessoas são investigadas. Na terça-feira, outros cinco suspeitos foram presos temporariamente na terça-feira, durante a Operação Flor de Lótus. Destes, três são apontados como mandantes do crime e dois são investigados por envolvimento indireto. As ordens foram cumpridas na Penitenciária Modulada de Charqueadas, no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul e na unidade de saúde prisional do Hospital Vila Nova, na zona Sul da Capital.

Segundo a investigação, os mandantes do atentado ocupam posição de liderança em uma facção que atua na Ilha das Flores. O grupo também será alvo de uma ação contra lavagem de dinheiro. O objetivo é descapitalizar a quadrilha.

Antes do ataque, as vítimas, que não se conheciam, conversavam no local. A estudante entrevistava Valdir para uma pesquisa, que seria parte de seu trabalho de conclusão de curso, o TCC.

Sarah participava de movimentos sociais e cursava Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), desde 2016, além de morar na Casa do Estudante. A universitária teria dito a moradores que estava na região para fazer um trabalho de campo, em razão do temporal. Momentos antes do crime, ela utilizava um crachá do curso e registrava imagens da localidade. Ela não tinha antecedentes criminais.

Valdir tinha passagens por ameaça, apropriação indébita, crimes contra a fauna e porte ilegal de arma de fogo. Apesar dos registros criminais, ele não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo a investigação, o ataque contra ele teria sido motivado por conta da oposição dele frente aos desmandos dos traficantes na região.


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