Polícia indicia filho de sócio por morte de bicheiro em Porto Alegre

Polícia indicia filho de sócio por morte de bicheiro em Porto Alegre

Morto a tiros em 2021, João Carlos Franco Cunha teria impedido que pontos de jogatina fossem herdados pelo indiciado

Marcel Horowitz

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Policiais civis do Departamento de Homicídios deflagraram a Operação Gamblers, nesta terça-feira, tendo como alvo os envolvidos no assassinato do bicheiro João Carlos Franco Cunha, no dia 15 de maio de 2021, no bairro Santana, em Porto Alegre. Conhecido como 'Jonca', o contraventor de 72 anos foi morto com dois disparos quando estava dentro de uma Mitsubishi Pajero, parada em uma sinaleira, na Avenida Princesa Isabel. 

Durante as diligências, que contaram com o apoio da Brigada Militar, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão na Capital, em Viamão e na Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos. As investigações continuam com análise de celulares apreendidos nas buscas. "Com o desfecho desse inquérito, estão sendo indiciados aqueles que planejaram o crime. As investigações continuam”, declarou o delegado Thiago Lacerda, diretor da Divisão de Homicídios.

A vítima, segundo Lacerda, era responsável por bingos e esquemas de jogos de azar em Porto Alegre. A motivação do crime gira em torno da sucessão na atividade de jogo do bicho e a gestão dos lucros dos negócios.

Um dos indiciados, como mandante, é filho de um ex-sócio do bicheiro. Jonca teria impedido que o investigado herdasse pontos de jogatina, após a morte do pai. Após a negativa, investigações apontam que o suspeito e outros dois amigos - indiciados por intermediar a contratação do assassino - teriam orquestrado o crime. O indiciamento deles foi feito com base em conversas de WhatsApp, obtidas pelos investigadores, contendo ameaças à vítima.

A morte de Jonca foi registrada por meio de câmeras de monitoramento. Nas imagens, um homem se posiciona ao lado do veículo do bicheiro e efetua os disparos, antes de fugir em outro veículo. O autor do homicídio ainda não foi identificado. 
 

A dupla apontada por realizar a contratação do assassino chegou a ser presa, em junho de 2021, mas ambos negaram participação no crime e respondem em liberdade. Dois outros homens, com antecedentes por tráfico, também foram presos no mesmo período. Investigados por executar a emboscada, o envolvimento deles no crime não foi comprovado, e eles também acabaram sendo soltos. 


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