Polícia investiga esquema de "aluguel" de crianças no Aeroporto de Guarulhos
Golpistas pagam aos pais para usar os filhos, menores de idade, com intuito de abordar passageiros e pedir esmola
publicidade
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar uma quadrilha que coordena um esquema de "aluguel" de crianças no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Os golpistas pagam aos pais para usar os filhos, menores de idade, com intuito de abordar passageiros e pedir esmolas.
De acordo com a investigação, cada um chega a arrecadar mais de R$ 1 mil por dia com o esquema. Para a polícia, Marcelo Benedito da Silva, de 46 anos, é o líder do grupo que age há pelo menos um ano no local. O homem costumar aliciar mulheres e crianças de comunidades de Guarulhos, próximas ao aeroporto, e oferece 30% das doações que serão arrecadadas.
Os alvos dos golpistas são os passageiros, principalmente os estrangeiros que estão chegando ou indo embora de São Paulo. As crianças são utilizadas para sensibilizar os turistas e conseguir mais dinheiro no aeroporto, onde circulam mais de 115 mil pessoas por dia.
O líder da quadrilha tem vários antecedentes criminais, e já foi preso sete vezes por tráfico de drogas, homicídio e furto. Ele está solto desde novembro de 2021, segundo informações da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária).
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) também informou que "a denúncia apontada pela reportagem é apurada pela 3ª Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) do Aeroporto de Guarulhos, que instaurou inquérito policial visando ao esclarecimento dos fatos e responsabilização dos autores. A equipe da unidade oficiou o Conselho Tutelar. Por envolver menor de idade, detalhes serão preservados e o caso segue sob sigilo".
Enquanto o Conselho Tutelar de Guarulhos afirmou que fará buscas pelas crianças para tentar identificá-las. O objetivo é saber em qual situação elas vivem. Se houver comprovação de que elas estejam sendo usadas pela quadrilha, há possibilidade dos pais ou responsáveis perderem a guarda - a depender de decisão judicial.
A atuação da quadrilha é investigada pela delegacia de Polícia Civil do próprio aeroporto. A empresa administradora do local diz que colabora com a polícia. O conselho tutelar de Guarulhos também tenta identificar as famílias que participam do golpe.
