Polícia pede quebra de sigilo de envolvidos em transferências de ganhador da Mega-Sena morto
Conta que recebeu Pix de R$ 18 mil e conta de empresa para onde criminosos tentaram mandar R$ 3 milhões são investigadas
publicidade
A Polícia de São Paulo pediu a quebra de sigilos de pessoas e de uma empresa envolvidas em transferências realizadas ou tentadas da conta do ganhador da Mega-Sena assassinado na quarta-feira (14) em Hortolândia (SP), Jonas Lucas Alves Dias. Ele havia sido sequestrado na terça e, até ser abandonado ferido em uma estrada, foram realizados saques de R$ 2 mil, um Pix de R$ 18,6 mil e uma tentativa de transferência de R$ 3 milhões para a conta de uma empresa, que acabou impedida pela gerente do banco.
A delegada que investiga o caso, Juliana Ricci, afirmou nesta sexta (16) em entrevista coletiva que as quebras de sigilo envolvem o destinatário do Pix e a empresa que receberia a transferência milionária. Uma das intenções é descobrir mais dados sobre os proprietários da empresa, que tem sede em Indaiatuba, na região de Campinas - assim como Hortolândia - e se os donos teriam participação no crime.
Os nomes dos titulares das contas não foram relevados. Juliana Ricci disse, no entanto, haver uma suspeita forte em relação a essa empresa.
Outro ponto investigado é em relação a um pedido de empréstimo feito por um conhecido e que teria sido negado. Novos depoimentos serão ouvidos nas próximas horas no intuito de esclarecer o caso.
Jonas Lucas ganhou cerca de R$ 47 milhões em um sorteio da Mega-Sena em 2020. Ele levava uma vida simples e não escondia de pessoas na cidade que tinha recebido a bolada.
Velório
O corpo de Jonas Lucas Alves Dias foi velado nesta sexta-feira em Hortolândia sob um esquema de segurança. Os parentes fecharam o crematório da cidade com uma faixa, contrataram profissionais para ficar na entrada e distribuíram pulseiras azuis para identificar as pessoas autorizadas a acompanhar a cerimônia.
A família acredita que o responsável pelo assassinato do homem tenha sido alguém muito próximo. A polícia defende que a pessoa que cometeu o crime "conhecia bem a rotina de Jonas".
"Luquinha", como era conhecido, foi achado com sinais de tortura em uma alça de acesso da rodovia dos Bandeirantes, em Hortolândia, no interior de São Paulo. Chegou a ser socorrido, mas não sobreviveu.