Polícia prende 18 por morte de homem que foi decapitado na zona Sul de Porto Alegre
Operação Caput ocorre quatro meses após a decapitação de Kauã Vinícius Costa e Silva
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Criminosos investigados por abandonar uma cabeça humana dentro de uma sacola, na zona Sul de Porto Alegre, foram alvo da Polícia Civil nesta terça-feira. O crime, ocorrido em julho, ensejou a Operação Caput, que cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 24 ordens de busca e apreensão em Charqueadas e Santa Rosa, além da Capital. Até o momento, 18 alvos foram presos.
De acordo com o delegado Thiago Carrijo Fraga, titular da 6ª Delegacia de Homicídios, as ações em Porto Alegre se concentraram no bairro Lomba do Pinheiro, na zona Leste. Ainda segundo o delegado, decapitação da vítima foi motivada por rivalidades entre facções. "Na ocasião, os criminosos torturaram e mataram a vítima, posteriormente arremessando a cabeça no território da facção rival, como forma de provocação", destacou.
O delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios, destacou que a operação contou com o apoio da Brigada Militar e Polícia Penal. Ainda segundo ele, as investigações prosseguem para identificar os mandantes da decapitação. "Foi um crime bárbaro, que afronta qualquer noção básica de civilidade. Executores, mandantes e líderes estão sendo responsabilizados", enfatizou Souza.
Quem era a vítima
Conforme a apuração do Correio do Povo a vítima foi identificada como sendo Kauã Vinícius Costa e Silva, de 19 anos, morador da Vila Cruzeiro. O jovem, seria integrante da facção oriunda da Vila 27 e tinha antecedentes por tráfico de drogas, posse e porte ilegal de arma de uso restrito, roubo de veículo, dano e ameaça.
No dia 20 de julho, Kauã teve a cabeça abandonada dentro de uma sacola na avenida Moab Caldas, no bairro Santa Tereza. Antes disso, conforme o boletim da ocorrência, ele foi ludibriado e sequestrado por integrantes da ‘Crias do Sul’, quadrilha de menor porte que se aliou a uma facção com base na vila Bom Jesus, na zona Leste.
Kauã Vinicius Costa e Silva. Foto: Reprodução
O registro mostra que, no dia do sequestro, ele e a namorada estavam arrumando uma cerca, no pátio da casa onde moravam, na Vila Formiga, quando foram abordados por sete homens. Afirmando serem membros da mesma facção dele, o grupo teria solicitado que Kauã os acompanhasse, o que acabou acontecendo.
A vítima, após o sequestro, ainda apareceu em dois vídeos antes de ter a vida ceifada. No primeiro deles, Kauã está dentro de um carro e declara que trabalhava para um traficante conhecido como ‘Pássaro’. Já na segunda gravação, ele surge sentado em uma cadeira com as mãos amarradas, afirmando que abandonaria a facção da Vila 27 para passar a integrar a ‘Crias do Sul’.
Ainda de acordo com o apurado pela reportagem, outro traficante aparecia por chamada de vídeo, no momento do sequestro, em um celular pertencente a um dos homens que abordaram Kauã. O mesmo criminoso, posteriormente, anunciou a morte da vítima em postagens no Facebook.
