Polícia prende casal de estelionatários que causou prejuízo de R$ 500 mil no RS

Polícia prende casal de estelionatários que causou prejuízo de R$ 500 mil no RS

Golpistas recebiam parte do valor pelo serviço e não realizavam as obras

Felipe Samuel

Polícia localizou pinos utilizados para o fracionamento e comercialização de cocaína

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A Polícia Civil prendeu em Imbé, no Litoral Norte, um casal suspeito de aplicar diversos golpes no Rio Grande do Sul com a promessa de entrega de casas pré-fabricadas. A Operação Casa de Papel apurou que a dupla anunciava a construção de residências pelas redes sociais. Eles recebiam parte do valor como entrada pelo serviço e não realizavam as obras. As investigações da Delegacia de Polícia de Imbé apontam que a ação dos estelionatários pode ter provocado prejuízo superior a R$ 500 mil.

Titular da DP de Imbé e Balneário Pinhal, o delegado Rodrigo Nunes afirma que mais de 50 pessoas que sonhavam em adquirir a casa própria caíram no golpe. As investigações tiveram início a partir de uma ocorrência na qual a vítima relatou ter contratado a empresa investigada para a construção de dois imóveis. Após pagar R$ 34 mil, a vítima deixou de ser atendida pelos golpistas, que atuavam em Capão da Canoa, Tramandaí, Imbé, Torres, Osório, Montenegro, entre outras cidades.

Conforme Nunes, o homem que aplicava os golpes tem 25 anos de idade e possui seis indiciamentos por estelionato. “Basicamente anunciavam no Facebook a construção de casas mistas, pré-fabricadas, e pegavam parte do que os clientes davam de entrada, com valores que variavam entre R$ 5 mil a R$ 15 mil. Até chegavam a iniciar a fundação de algumas obras para mostrar a outras pessoas que tudo estava funcionando”, destaca. 

A operação Casa de Papel, que também contou com a participação do delegado Diego Traesel, cumpriu na segunda-feira dois mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão, além do sequestro de dois veículos, bloqueio de contas bancárias e apreendido diversos elementos de prova dos crimes praticados. De acordo com Nunes, as medidas cautelares têm por objetivo não só a identificação e rastreio do dinheiro, mas também viabilizar meios para eventual reparação dos danos às vítimas.

Durante a execução das buscas, foram localizados ainda 3 mil “eppendorfs” (pinos utilizados para o fracionamento e comercialização de cocaína), balanças de precisão e resquícios de maconha e cocaína, além de um simulacro de arma de fogo. Documentos também foram apreendidos. Nunes destaca que há indícios de que outras pessoas foram vítimas do golpe. “Mesmo depois da operação, apareceram novos registros de ocorrências, como em Capão da Canoa”, completa.

Após ser ouvido pela PC, o criminoso foi encaminhado à Penitenciária Modulada Estadual de Osório. A comparsa, 21, foi levada para o Presídio Estadual Feminino de Torres.


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