Polícia prende suspeitos de envolvimento em duplo homicídio em Porto Alegre

Polícia prende suspeitos de envolvimento em duplo homicídio em Porto Alegre

Operação mobiliza 200 policiais civis e militares na caça a criminosos

Correio do Povo

Policiais apreenderam um fuzil .762, revólveres, munição, drogas e fardamentos falsos da BM

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Em mais uma operação para evitar uma guerra de facções em Porto Alegre, policiais civis da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ªDPHPP) cumpriram nesta segunda-feira 52 ordens judiciais, sendo 15 de prisão preventiva, 6 prisões temporárias e 31 mandados de busca e apreensão. Pelo menos 15 integrantes de uma organização criminosa, que tem por base o bairro Bom Jesus, na zona Leste da Capital, foram presos durante a Operação Mar Tirreno, que mobilizou 200 policiais civis e militares.

Outras quatro já tinham sido presas durante as investigações. A operação, que contou com apoio da Brigada Militar, apreendeu drogas, armas, dinheiro e fardamentos falsos da BM. Entre os detidos estão mandantes e executores de um duplo homicídio em 21 de junho, no bairro Vila Jardim, em mais um crime relacionado a disputa pelo tráfico de drogas. As duas vítimas foram mortas a machadadas. As investigações apontam que os crimes foram transmitidos a familiares das vítimas ao vivo através de vídeo chamada.

Titular da 2ª DPHPP, o delegado Eric Dutra afirmou que as duas vítimas foram atraídas ao local do crime após marcar encontro com duas garotas, via redes sociais, em uma suposta festa. “Um familiar assistiu toda a tortura e a morte. A gravidade desse crime, a forma com que foi cometido e as circunstâncias nos acenderam uma luz de alerta de que a gente precisava dar uma resposta firme para evitar que uma guerra pudesse vir acontecer aqui em Porto Alegre em virtude dessa disputa de facções”, afirmou.

Conforme Dutra, os executores do duplo homicídio se disfarçaram de policiais militares para entrar na casa onde ocorria a festa. O grupo algemou as vítimas e iniciou as torturas, culminando na morte dos indivíduos. Conforme as investigações, que duraram 40 dias, as vítimas seriam esquartejadas e retiradas do cativeiro por um veículo Hyundai/Tucson, que aguardava na frente do local. Os executores deixaram os corpos na casa, que só foram encontrados no dia seguinte ao crime. 

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mario Souza, destacou que é a sexta operação da polícia no combate ao crime organizado em 30 dias. “Essa operação atingiu toda a facção, da base ao topo da pirâmide do tráfico de drogas. Prendemos executores e auxiliares do crime, além de dois líderes que já estão presos e são responsáveis por essa determinação”, explicou. Segundo Souza, 79,85% dos homicídios registrados em Porto Alegre de janeiro a junho envolvem criminosos mortos por outros criminosos.

O chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, afirmou que a operação é muito importante para desarticular parte de estrutura de organização criminosa. “Ataca o coração de uma das facções criminosas vinculadas ao tráfico de drogas e envolvida com esses homicídios”, destacou. Durante o cumprimento de mandados judiciais, a polícia encontrou um fuzil .762 e três revólveres. Uma mulher e dois homens estavam foragidos.

A operação foi batizada com o nome de Mar Tirreno em referência às “sereias”, seres mitológicos que, com seu canto, atraem suas vítimas. O Mar Tirreno, na mitologia grega, era local habitado pelas sereias que seduziam pessoas, atraindo-as para a morte. No caso inicial investigado, a tática de atrair as vítimas para uma festa falsa foi utilizada pela facção. 

 


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