Polícia segue na busca por quatro foragidos de quadrilha especializada em extorsão

Polícia segue na busca por quatro foragidos de quadrilha especializada em extorsão

Grupo publicava anúncios com preços atrativos e sequestravam os interessados

Correio do Povo

Treze foram presos em operação da Polícia Civil

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O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil prossegue nas buscas aos quatro foragidos que integram a organização criminosa responsável por extorsão mediante sequestro e cárcere privado de vítimas de outros estados, em sua maioria empresários, que eram atraídas com ofertas de produtos e acabam reféns dos bandidos. Outros 13 bandidos, incluindo os dois líderes, já estão presos. No final da julho houve a deflagração da operação Cotton em Porto Alegre, Gravataí, Alvorada, Igrejinha e Cidreira e Charqueadas, além de Curitiba, no Paraná.

O trabalho investigativo começou em março do ano passado, após pelo menos 15 vítimas confirmarem o crime. No entanto, os delegados João Paulo de Abreu e Joel Wagner acreditam que o número de ser bem maior e, por isso, pedem que outras pessoas, enganadas pela quadrilha, entrem contato com o Deic. Através da internet, a organização criminosa divulgava falsos anúncios de produtos com preços atraentes e descontos vantajosos, que inexistiam na prática.

As vítimas, residentes em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, entravam em contato e negociavam a compra de mercadorias e equipamentos que não existiam na realidade. Os interessados viajavam então, sempre por via área, até Porto Alegre, onde acabam sendo rendidos e sequestrados e levados para cativeiros, considerados insalubres, como, por exemplo, em Alvorada e Capital. As famílias tinham de pagar um determinado valor de resgate para que fossem libertados. O dinheiro era depositado em diversas contas bancárias abertas pelos criminosos. “Estamos apurando a possibilidade do delito também de lavagem de dinheiro”, observou o delegado Joel Wagner, referindo-se à análise das contas bancárias.

Conforme os delegados João Paulo de Abreu e Joel Wagner, as mercadorias anunciadas sempre tinham alto valor, como eletroeletrônicos, equipamentos agrícolas, cargas de soja, algodão, produtos de informática, substâncias químicas, entre outros, Durante as investigações, cinco cativeiros foram descobertos na Região Metropolitana e em Porto Alegre. Entre maio e junho deste ano, os agentes do Deic salvaram três vítimas dos cativeiros e evitara o sequestro de outras duas. Os integrantes da quadrilha tinham papéis bem definidos. “Foi possível produzir provas contra todos”, assegurou o delegado João Paulo de Abreu. Os líderes incumbiam-se da “pescaria” dos clientes.

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