Policiais civis protestam após mortes de colegas por Covid-19 e pedem vacinação imediata

Policiais civis protestam após mortes de colegas por Covid-19 e pedem vacinação imediata

Ato foi promovido em frente ao Palácio da Polícia, em Porto Alegre

Correio do Povo

Em Porto Alegre, a manifestação ocorreu em frente ao Palácio da Polícia

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A Ugeirm Sindicato realizou na manhã desta quarta-feira um sirenaço em memória das mortes por Covid-19 de policiais civis e pela vacinação imediata da categoria. A manifestação ocorreu nas delegacias em todo o Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, o ato foi promovido em frente ao Palácio da Polícia, no cruzamento das avenidas Ipiranga e João Pessoa. As sirenes das viaturas policiais foram ligadas durante três minutos às 10h.

O vice-presidente da Ugeirm Sindicato, Fabio Castro, afirmou que um dos mortos por Covid-19 foi o diretor da entidade, Luis Henrique Lamadril, em Bagé. “Na mesma semana foram três óbitos”, lembrou, observando ainda que existem inúmeros afastamentos de agentes. Um levantamento da situação está sendo feito pela entidade.

“Há uma preocupação muito grande ainda mais com o recrudescimento da pandemia. O ato foi uma homenagem aos policiais que morreram em decorrência de Covid-19, mas também para chamar a atenção da necessidade da vacinação dos profissionais de segurança pública”, explicou o dirigente.

Fabio Castro recordou que “a Polícia Civil não parou desde o início da pandemia por ser um trabalho essencial”. Ele disse que o trabalho policial foi inclusive redobrado, pois também “passamos a fazer o enfrentamento da pandemia”. O dirigente referiu-se, por exemplo, às operações de contenção e fiscalização no cumprimento dos decretos municipais, ações em estabelecimentos e aglomerações.

“Queremos que o governo federal agilize o processo de aquisição de vacinas e tenha uma política de imunização dos profissionais da segurança pública”, enfatizou. “Queremos também chamar a atenção do Governo do Estado para que adquira a vacina”, acrescentou. “O poder público precisa tomar uma atitude”, resumiu, manifestando também o temor de “um colapso” no efetivo da Polícia Civil.

Nota oficial

Em nota oficial, a Ugeirm Sindicato já havia defendido uma revisão urgente nas políticas de proteção dos policiais civis. “Na última sexta-feira (5), tínhamos mais de 80 policiais civis com teste positivo para Covid-19”, constatou. “É preciso que seja retomada, de forma rigorosa, as políticas de distanciamento social nas delegacias, com a exigência que a população utilize máscaras e mantenha o distanciamento recomendado, além da restrição no número de pessoas dentro das delegacias”, propôs a entidade.

“O momento é extremamente grave para toda a população, como já demonstrado pelo próprio governador Eduardo Leite, ao acabar com o sistema de gestão compartilhada. Nesse momento, a Chefia de Polícia precisa ser rigorosa e exigir que todas as regras sejam seguidas em todas as delegacias”, frisou a Ugeirm Sindicato.

“Os policiais só estarão protegidos, quando for realizada a vacinação de toda a categoria. Enquanto isso não acontecer, continuaremos convivendo com a notícia de mortes de colegas, contaminados durante o cumprimento do seu dever. Não faz sentido, trabalhadores que estão diariamente expostos ao risco de contágio, devido a sua atividade, estarem no fim da fila de vacinação. Não se trata apenas de proteger trabalhadores que estão garantindo a segurança da população, mas também de uma política para evitar a circulação do vírus”, destacou a entidade na nota oficial.


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