Policiais da BM são investigados por práticas de tortura em Jaguarão
Agressões teriam sido cometidas por cinco agentes na madrugada de 7 de setembro
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Cinco policiais da Brigada Militar são investigados por práticas de tortura contra cinco homens em Jaguarão, no Sul do Estado. Os atos ocorreram na madrugada de 7 de setembro, após o furto de uma residência e de uma motocicleta de dois desses policiais militares. As vítimas relataram as agressões para a promotora Claudia Rodrigues Pegoraro, que pediu a prisão preventiva dos cinco agentes, o que acabou sendo concedida.
Na madrugada do dia 7 de setembro, os policiais entraram sem mandado na casa das cinco pessoas, que os agentes acreditavam serem os autores dos dois furtos. Eles foram retirados à força das moradias e levados para a “chácara da porrada”, como informalmente chamaram o local - que era a residência de um dos policiais - onde ocorreram as agressões.
Dois desses homens relataram que após serem abordados em casa, foram despidos, espancados e colocados “sacolas na cabeça” antes do transporte para a chácara. “(Durante as sessões de espancamento) faziam-lhes perguntas, colocavam sacolas em suas cabeças, batiam-lhes com rebenques, mandavam levantar-se e os colocavam na água gelada, davam tiros para cima”, segundo consta nos autos do processo. Outro indivíduo disse que sua sobrinha, de 10 anos, viu quando foi apontado uma arma para a boca dele, antes de ser levado para a chacará.
Eles teriam passado quatro horas apanhando dos cinco policiais. Entre as vítimas, um teve o braço quebrado em dois pontos, outro teve várias lesões na cabeça - inclusive o nariz foi quebrado - e outro teve mais de 30 lesões. A promotora observa que dois desses policiais têm histórico de abuso de autoridade.
Claudia investiga a participação de outras pessoas nas agressões, entre elas duas mulheres, apontadas nos relatos dos agredidos como “delegada” e “sargenta”. A promotora espera concluir as investigações até a sexta-feira e apresentar a denúncia até a próxima quarta-feira.