Policiais do Espírito Santo retornam ao trabalho após acordo com movimento de esposas

Policiais do Espírito Santo retornam ao trabalho após acordo com movimento de esposas

Três mil homens das Forças Armadas vão permanecer no Estado

Agência Brasil

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O Comando da Polícia Militar (PM) do Espírito Santo anunciou que todo o efetivo da corporação já retornou ao trabalho, conforme as escalas de serviço. O fim do bloqueio da entrada de batalhões por mulheres de soldados e oficiais após 21 dias de ocupação foi acertado durante reunião entre manifestantes e representantes do governo capixaba. O encontro ocorreu na noite desta sexta-feira e foi mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Nylton Rodrigues, os três mil homens das Forças Armadas enviados ao estado para garantir a segurança da população durante a crise vão permanecer por mais tempo, atuando de acordo com o cronograma já em execução. De acordo com o comando da PM, os policiais já vinham retornando à rotina nas últimas três semanas. Antes da reunião com as mulheres dos policiais e associações, o comando-geral da corporação contabilizava a normalização dos serviços em 43 cidades capixabas.

Mesmo assim, durante a conversa, o comando aceitou algumas das reivindicações para que o grupo encerrasse os protestos. "A negociação aconteceu sempre. Nossa premissa número um era evitar a utilização do uso progressivo da força. A premissa número dois era resolver essa crise através da conversa, da negociação, do bom senso. Isso tudo foi feito. Ontem, acordamos que não haverá nenhum tipo de perseguição, que a conduta dos policiais será individualizada e que o retorno ao trabalho vai colaborar para a defesa do policial", disse o comandante.

Punições

Segundo Rodrigues, os inquéritos policiais militares e procedimentos administrativos instaurados contra PMs que ficaram sem trabalhar vão ser apurados e transcorrerão normalmente, mas a volta ao trabalho será levada em conta, podendo abrandar eventuais punições. O governo do Espírito Santo também se comprometeu a discutir a retirada das ações contra parentes de policiais.

Além disso, o comandante-geral disse neste sábado à imprensa que vai tentar cancelar o afastamento dos policiais que respondem a processos administrativos para que possam voltar a exercer suas funções durante a apuração. Os PMs transferidos para outras cidades também voltarão a suas unidades de origem.

"Nossa principal preocupação é o retorno da totalidade do policiamento às ruas do estado, que é o que já está acontecendo", acrescentou o comandante, pedindo desculpas à população em nome da corporação. "Estamos de volta, na nossa totalidade, e a população pode voltar a contar com a PM, pois cumpriremos nossa missão."

Durante a reunião na sede do MPT, o secretário de Direitos Humanos, Júlio César Pompeu, disse que as negociações foram dificultadas pelo tempo que durou o bloqueio aos batalhões porque o próprio movimento não chegava a consenso sobre as reivindicações do grupo.

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