Prefeita é feita refém e vive "noite de terror" em Mato Leitão
Carmen Goerck teve casa assaltada e ficou sob mira de revólveres durante fuga no Vale do Rio Pardo
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Segundo Carmen, por volta das 3h20min, a dupla, armada e encapuzada, arrombou a prefeitura, mas desistiu do assalto, já que o alarme soou. Em seguida, eles invadiram a casa da prefeita, que fica em frente ao local, no Centro da cidade. Carmen foi surpreendida sozinha pois os três filhos não vivem com ela e o marido, caminhoneiro, havia viajado a trabalho.
Os ladrões exigiram as chaves da sede do Executivo, mas a prefeita explicou que todos os pagamentos são feitos via boleto. “Hoje era o dia de pagar os fornecedores, então eles devem ter pensado que havia dinheiro, mas estavam equivocados. Foi difícil convencê-los do contrário”, comentou.
Os ladões, então vasculharam a casa, mas nada de valor foi encontrado. “Esse foi o meu maior medo, eles começaram a ficar irritados, não achavam nada, e eu realmente não guardo nada de valor nem em casa e nem na prefeitura. As poucas joias que tinha, eles levaram”, ressaltou. Depois disso, ela foi obrigada a abrir uma farmácia que fica embaixo da residência dela que é propriedade da família. Todo o dinheiro do caixa, cerca de R$ 10 mil, foi roubado. “O tempo não passava, cada minuto era uma eternidade”, lembrou, emocionada.
Carmen chegou a ser amarrada em casa, mas os bandidos mudaram de plano e resolveram levá-la junto na fuga. Eles deixaram a cidade utilizando a RSC 453, em direção a Venâncio Aires. Durante o caminho, a dupla cruzou com uma viatura do Comando Rodoviário da Brigada Militar, quando o condutor perdeu controle do veículo, que saiu da pista. Um terceiro integrante da quadrilha foi acionado e resgatou a dupla. A prefeita contou que foi obrigada a se abaixar no veículo e não conseguiu ver o carro que resgatou os criminosos. Minutos depois, ela conseguiu deixar o automóvel e pedir socorro a moradores da região.
A prefeita lembrou que, em setembro do ano passado, cinco estabelecimentos comerciais do município foram roubados de maneira semelhante, inclusive a farmácia da família. Conforme o delegado Paulo César Schirmann, a polícia já trabalha com suspeitos para o crime. A quadrilha, segundo ele, vem agindo na região há pelo menos dois meses, praticando crimes parecidos. “Sempre algum deles fica na retaguarda para resgatá-los, estão muito bem armados, fazem reféns. A maneira de agir é muito semelhante”, avaliou.