Prefeito de Florianópolis é preso em operação da Polícia Federal

Prefeito de Florianópolis é preso em operação da Polícia Federal

Além de Gean Loureiro, o delegado da PF em Santa Catarina e um ex-chefe da Casa Civil foram detidos

Correio do Povo e Notícias do Dia

Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, foi preso em operação que visa combater a prática de uma organização que violava o sigilo de operações policiais em Santa Catarina

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O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, foi preso na manhã desta terça-feira na Operação Chabu, da Polícia Federal (PF), que visa combater a prática de uma organização que violava o sigilo de operações policiais em Santa Catarina. Loureiro teve decretada a prisão temporária por cinco dias. As informações foram confirmadas pelo chefe de gabinete da prefeitura, Bruno Oliveira, ao jornal Notícias do Dia

Em nota, o chefe de gabinete informou que divulgará um posicionamento apenas quando tiver “informações concretas sobre o caso da PF”. “Peço paciência de todos porque precisamos ter informações também”, escreveu Bruno Oliveira.

O prefeito tinha agenda de inauguração de uma via expressa, mas ela foi cancelada, para uma reunião no gabinete do Executivo municipal. Entre os detidos está o delegado Fernando Caieron, da PF em Florianópolis. Segundo a instituição, ele é suspeito de atrapalhar a investigação contra uma organização criminosa.

Os agentes federais prenderam, também durante a manhã, o ex-secretário da Casa Civil, Luciano Veloso Lima. Entre os 30 mandados expedidos pelo TRF 4, de Porto Alegre, há 23 de busca e apreensão.

Entenda a Operação Chabu

Após análises dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, deflagrada em agosto de 2018, a Polícia Federal apurou que a organização criminosa construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal lotados em órgão de inteligência e investigação. O objetivo era embaraçar investigações policiais e proteger o núcleo político em troca de vantagens financeiras e políticas.

Durante as investigações foram apuradas várias práticas ilícitas, dentre as quais destacam-se o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar “salas seguras” a prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas.

As provas obtidas durante as investigações apontam a prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa.

O nome dado à operação, Chabu, significa dar problema, dar errado, falha no sistema, e é usado comumente em festas juninas, quando os fogos de artifício falham. Segundo a Polícia Federal, o termo era empregado por alguns dos investigados para avisar da existência de operações policiais que viriam a acontecer.


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