Presas 12 pessoas em operação na Vila Cruzeiro

Presas 12 pessoas em operação na Vila Cruzeiro

Disputa de facções pelo comando do tráfico de drogas resultou em mais de 60 assassinatos

Correio do Povo

Presas 17 pessoas em operação na Vila Cruzeiro

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Doze pessoas foram presas durante a operação Matriarca, deflagrada nesta sexta-feira pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), na vila Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre. Segundo a polícia, os presos são da facção "V7", organização criminosa apontada como a responsável por iniciar uma guerra com os "Bala na Cara" desde janeiro deste ano.

O conflito entre os dois grupos, envolvidos com o tráfico de drogas, resultou em mais de 60 assassinatos, muitos com requintes de crueldade, como uma decapitação de um membro dos Bala na Cara. Além da vila Cruzeiro do Sul, as mortes ocorreram nos bairros Vila Jardim e Bom Jesus. A ação foi coordenada pelo delegado Guilherme Calderipe.

Durante a operação, que teve apoio do helicóptero da Polícia Civil, os agentes cumpriram 25 mandados de busca e apreensão e outros 14 mandados de prisão. Uma prévia da ação já havia sido realizada na véspera no Loteamento Santa Terezinha (antiga vila dos Papeleiros), onde havia uma ramificação da "V7". Houve a apreensão de uma pistola transformada em submetralhadora calibre 9mm, com carregador de 30 cartuchos; uma pistola 9mm; quatro revólveres calibres 38 e 22; munição; dois radiocomunicadores; cinco balanças digitais, três celulares; meio quilo de crack suficiente para produzir 3 mil pedras; quase um quilo de cocaína acondicionados em centenas de pinos; anotação do narcotráfico indicando valores de até R$ 116 mil decorrentes da venda de drogas; material de embalagem de entorpecentes e cinco facas, entre outros objetos.

O delegado Guilherme Calderipe explicou que o trabalho investigativo começou com a decapitação registrada em janeiro. “Procuramos identificar as lideranças dessa facção que acabou gerando todo o conflito”, observou, acrescentando que, entre os líderes, está um casal. De acordo com ele, a cúpula do grupo é de uma mesma família. Cinco irmãos, todos jovens, tinham o comando da V7.

O diretor de investigações do Denarc, delegado Mário Souza, destacou que o conflito desde janeiro deste ano foi marcado por atos de violência de uma facção contra a outra, sendo todos movidos por vingança e retaliação. “A operação foi importante para desarticular a quadrilha que foi o estopim das áreas conflagradas na Capital. É uma quadrilha violenta e de grande crueldade”, resumiu, prevendo agora uma redução drástica nos assassinatos.



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