Presidente da Fasc afirma ter cumprido ritos administrativos para locação de abrigo

Presidente da Fasc afirma ter cumprido ritos administrativos para locação de abrigo

Polícia investiga contratos de compra e venda de imóveis utilizados pela fundação

Guilherme Kepler / Rádio Guaíba

Marcelo Soares afirmou estar contribuindo de todas as maneiras para ajudar nas investigações da polícia

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O presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Marcelo Soares, afirmou estar tranquilo e contribuindo de todas as maneiras para ajudar nas investigações da polícia na Operação Full House sobre os contratos de compra e venda de imóveis que são utilizados pela Fundação, em Porto Alegre. Marcelo garantiu estar agindo de forma legítima e transparente com as investigações. Ele acompanhou a Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira, os mandados de busca e apreensão de documentos na sua residência e na sede da Fundação.

“Eu tenho toda a tranquilidade para passar as informações sobre esse assunto porque elas foram feitas dentro de um rito de forma legítima, transparente e legal dentro da instituição. Nós locamos uma casa, em que hoje este espaço é referência no acolhimento de adolescentes. Essa casa, ela teve adaptações que foram feitas exatamente pela necessidade de ter que adequar para realizar esse atendimento tão complexo”, explica.

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Sobre um suposto superfaturamento do aluguel de um abrigo para a Fasc, Marcelo afirmou que, no que diz respeito aos trâmites administrativos para locação, foram cumpridos os passos necessários para a assinatura. ”O valor para locação de um local como esse é completamente fora dos valores padrões. Porque eles são feitos em cima de critérios e laudos técnicos. Tenho tranquilidade dos meus atos. E quando esse documento chega para que eu possa fazer a assinatura, eu tenho convicção de que foi passado por crivo de profissionais que estão aptos para serem levados a frente”, explica.

O presidente da Fundação informou que a casa foi locada pelo valor de R$ 10 mil mensais. Entretanto, a proprietária do imóvel teve que realizar adequações para que o local pudesse ser utilizado para atender as demandas da Fasc. Mas para isso, a dona do imóvel teve que investir cerca de R$ 60 mil. O presidente destacou ainda que é muito difícil encontrar locais que se enquadram no serviço complexo que a Fundação realiza. Por isso, o prazo para encontrar esse tipo de casa (abrigo) é, em média, de oito meses. Marcelo garantiu que esses valores foram apresentados no rito administrativo e que constam em documentos. Também negou qualquer tipo de relação com a proprietária da residência.

Sobre a sua permanência no cargo, informou que está contribuindo na transição de governo, mas não seguirá na presidência da Fundação. “Não tenho esse interesse em continuar, por toda essa complexidade, onde nós temos que tomar decisões e assinar documentos e, por vezes, ter a vida exposta. Onde até tu provar que as informações colocadas ali não são verdadeiras, tu tens todo um desgaste. Eu não quero isso pra minha vida”, salientou.

A operação Full House, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira, cumpriu sete mandados judiciais na sede da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e de duas empresas em Porto Alegre. A ofensiva, que tem a colaboração do Ministério Público de Contas, investiga fraude em contratos de compra e venda de imóveis e possível superfaturamento do aluguel de um abrigo para a Fasc. Em entrevista à Rádio Guaíba nessa manhã, o diretor de Investigações do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Sander Cajal, afirmou que a investigação pode causar constrangimento à atual administração da prefeitura da Capital. O esquema teria causado prejuízo de pelo menos R$ 500 mil aos cofres públicos.

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