Presidente municipal do PTB considera decisão da Justiça "surreal"
José Carlos Brack é réu no Caso Eliseu Santos
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A Justiça de Porto Alegre acolheu, na noite desta sexta-feira, o pedido do Ministério Público. Incluiu mais três réus no processo para investigar a morte de Eliseu Santos: o presidente municipal do PTB, José Carlos Brack, o ex-funcionário da empresa Reação, Jonatan Pompeu Gomes, e o ex-CC do PTB, Cássio Abreu.
De acordo com informações levadas ao Ministério Público, Brack tinha uma espécie de "escritório" paralelo dentro da secretaria da Saúde. Em uma carta encaminhada aos promotores, são mencionadas as atividades de José Carlos Brack dentro da instituição. Segundo informações, ele agiria como uma espécie de gerente de contratos emergenciais, e, através deles, supostamente desviava recursos da Saúde. Ao desconfiar de esquemas escusos, Eliseu Santos pediu ao prefeito José Fogaça o afastamento de Brack, o que acabou ocorrendo.
Um trecho da carta, escrita por uma pessoa próxima a Eliseu Santos, mostra o clima de desconfiança. "Nos corredores da Secretaria, ganhava força, entre assessores diretos de Eliseu, sem vínculos com o partido, a tese de que Marco (Bernardes, assessor jurídico da secretaria da Saúde e um dos oito denunciados pelo MP pela morte de Eliseu) agia a mando de José Carlos. Em determinada ocasião, convencido de que fora iludido por José Carlos, o secretário Eliseu o chamou e, em altos brados, queixou-se de traição e o pediu para não comparecer mais à Secretaria".
A suspeita é de que o dinheiro arrecadado tenha sido destinado à campanha eleitoral de integrantes do PTB gaúcho. O presidente municipal do PTB, José Carlos Brack, nega envolvimento com esquema de propina.
O assassinato
Para o Ministério Público, Eliseu Santos foi assassinado por divergências quanto a um suposto esquema de propina, comandado pela empresa de vigilância Reação. O ex-secretário, de 63 anos, foi morto a tiros quando entrava em seu veículo após deixar um culto religioso, acompanhado da mulher e da filha, em 26 de fevereiro.
Segundo testemunhas, ele foi abordado por um grupo de criminosos em um Vectra preto. Santos estava armado e trocou tiros com os bandidos. No documento recebido pelo MP, a suposta testemunha relata que o ex-secretário sabia do risco de atentado dias antes do crime.