Preso integrante de quadrilha que transportava drogas em voos domésticos
Indivíduo foi capturado na manhã deste sábado
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A ação foi coordenada pelo delegado Thiago Lacerda. Os agentes apreenderam várias porções cocaína e crack prontos para venda. O diretor de investigações do Denarc, delegado Mario Souza, observou que a cocaína ostentava “uma espécie de marca”.
A organização criminosa foi alvo da operação Ajax deflagrada na quinta-feira passada com a mobilização de cerca de 350 agentes em 90 viaturas, que cumpriram 89 ordens judiciais em Nova Santa Rita, Canoas, Porto Alegre, Cachoeirinha, Guaporé, São José do Norte, Pelotas e Torres. Houve 16 prisões na ocasião.
Outros 18 traficantes foram capturados ao longo dois anos e meio de investigações. Uma célula da quadrilha trazia ecstasy de São Paulo e Santa Catarina até Porto Alegre, sempre em voos domésticos por cinco estados com mais de dez viagens por mês.
A droga sintética, fixada junto aos corpos dos mulas, passava pelos equipamentos de raio-x dos aeroportos, sem serem detectadas. Já a célula responsável pelas drogas convencionais, como maconha, cocaína e crack, buscava os entorpecentes na fronteira de Foz do Iguaçu, no Paraná, com Ciudad del Este, no Paraguai. Depois, o retorno ocorria em ônibus de linha interestadual ou em veículos próprios por via rodoviária até uma base em Torres.
Todo o entorpecente que chegava tinha como destino final a cidade de Nova Santa Rita, sede principal do grupo com extensão até o bairro Mathias Velho, em Canoas, antes de ser redistribuído e comercializado. A investigação começou a partir da prisão de um traficante de droga sintética em 2015. “Através dele chegamos ao topo da organização criminosa”, lembrou o delegado Thiago Lacerda. Ele observou que a organização criminosa, não ligada diretamente às facções conhecidas, também obrigava a traficarem para o grupo os moradores de comunidades de Nova Santa Rita.
Além disso, dezenas de assassinatos foram cometidos contra rivais com o objetivo de dominar as bocas de fumo, o que provocou picos surpreendentes de homicídios em Nova Santa Rita em 2015 e em São José do Norte em 2017. “Eles tinham forte armamento”, lembrou Thiago Lacerda, citando como exemplo o emprego de fuzis. “A quadrilha era agressiva e violenta. Ela ameaçava inclusive policiais militares”, acrescentou o delegado Mário Souza.