Preso no Pará, o foragido Zoreia pretendia fazer cirurgia plástica para não ser identificado

Preso no Pará, o foragido Zoreia pretendia fazer cirurgia plástica para não ser identificado

Condenado a 243 anos de reclusão, o criminoso passou por vários países desde a fuga ocorrida há seis meses, após romper a tornozeleira eletrônica

Correio do Povo

Desembarque em Porto Alegre foi marcado por forte esquema de segurança

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Foragido número 1 do Rio Grande do Sul e capturado no Pará, o criminoso Sandro Alixandro, 43 anos, conhecido como Zoreia, pretendia fazer uma cirurgia plástica no rosto para mudar a fisionomia e não ser identificado. A revelação é do titular da DP de Capturas do Deic, delegado Gabriel Casanova, durante entrevista coletiva à imprensa realizada na manhã desta quinta-feira na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, em Porto Alegre. Considerado de alta periculosidade, Zoreia está condenado a 243 anos de prisão.

“Ele estava planejando fazer uma cirurgia plástica com o objetivo de dificultar possível a localização dele”, enfatizou o delegado Gabriel Casanova Os policiais civis tiveram também a atenção despertada no momento da detenção. “As imagens que nós tínhamos dele até então é que ele que tinha o cabelo bem grisalho, mas estava agora com cabelo mais escuro”, observou. “Ele é especialista em se manter oculto. É um indivíduo extremamente perigoso”, disse.

A prisão de Zoreia ocorreu na noite da última segunda-feira em uma das praias do distrito de Mosqueiro, uma ilha em Belém do Pará. Ele portava documentos falsos e tinha em torno de R$ 1 mil e ainda 300 dólares norte-americanos, além de alguns pesos argentinos. Um Honda Civic adquirido por aproximadamente R$ 75 mil, também foi recolhido. Sob forte esquema de segurança, o fugitivo desembarcou na noite dessa quarta-feira no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Meia hora depois já estava recolhido no sistema prisional.

Com antecedentes como tráfico de drogas, homicídios e roubos, o criminoso foi considerado foragido após o rompimento da tornozeleira eletrônica há cerca de seis meses, em fevereiro deste ano. “Ele fugiu inclusive para fora do país. Nós temos a confirmação de que ele esteve na Argentina, no Paraguai, na Colômbia e na Bolívia. Ainda temos informações ainda que pode ter estado em outros países”, afirmou o Chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Sodré.

“Houve um trabalho intenso de investigação da Delegacia de Capturas do Deic. Para nós foi um ponto de honra, porque um sujeito com 243 anos de prisão não pode ficar fora do sistema prisional, onde ele deve estar para cumprir a sua pena”, frisou. A atuação e comando de Zoreia no narcotráfico fica na região das Missões, no Noroeste do Estado. “Ele é associado com uma facção criminosa sediada no Vale do Rio dos Sinos”, observou o delegado Fernando Sodré.

“É importante ressaltar que desde que Zoreia rompeu a tornozeleira eletrônica, ele passou a ser uma prioridade da Delegacia de Capturas”, ressaltou a diretora do Deic, delegada Vanessa Pitrez. A prisão do foragido ocorreu “após um trabalho intenso e minucioso de investigação que levou quase seis meses de monitoramento desse alvo”, exigindo “paciência e minúcia do detalhamento da investigação” para monitorá-lo. A delegada Vanessa Pitrez lembrou o grau de periculosidade do criminoso. “É um indivíduo envolvido em inúmeros crimes graves, aliado de uma facção importante, está envolvido e indiciado como mandante de diversos homicídios”, resumiu.

A diretora do Deic recordou até que Zoreia é especialista em fugas, sendo o segundo detento que conseguiu fugir da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), fato registrado em 2011. “Ele já tem histórico de fuga de outros sistemas prisionais por onde passou. É alguém que se utilizava de muitos nomes falsos enquanto praticava seus crimes e nos períodos em que estava foragido”, acrescentou. 

Foto: Gabriel Centeno/ SSP / Divulgação / CP

 


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