Presos de Altamira são mortos em caminhão de transporte para Belém

Presos de Altamira são mortos em caminhão de transporte para Belém

Segundo secretaria do Pará, morte dos detentos se deu por asfixia

R7 e Agência Brasil

Na segunda-feira, massacre em Altamira deixou 58 mortos

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Quatro detentos envolvidos no conflito entre organizações criminosas no presídio de Altamira, que resultou na morte de 58 detentos na segunda-feira, foram mortos durante o transporte para a capital, Belém. As mortes ocorreram entre os municípios de Novo Repartimento e Marabá. A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará confirmou a informação ao R7

Segundo informações, eles eram da mesma facção e viviam juntos nas mesmas celas. Durante o transporte, estavam algemados, divididos em quatro celas. A capacidade das celas era para até 40 presos, e 30 eram transportados. A pasta informou que o estado não possui caminhão com celas individuais.

A ação ocorreu, de acordo com o órgão, entre 19h e 1h. Ao chegar a Marabá, os agentes encontraram quatro presos mortos por sufocamento em duas celas. Todos os 26 presos remanescentes serão colocados em isolamento. As razões do fato estão sendo investigadas.

O massacre

O massacre ocorreu no início da manhã de segunda-feira, às 7h, no momento da destranca. Internos do bloco A, onde estavam custodiados presos de uma organização criminal, invadiram o anexo onde estavam detentos pertencentes ao grupo rival. Durante a ação, dois agentes prisionais foram feitos reféns, mas foram liberados após negociação que contou com a presença de forças de segurança e o Ministério Público (MP).

Os líderes da facção Comando Classe A (CCA) atearam fogo em uma cela que pertence a um dos pavilhões do presídio onde ficavam integrantes do Comando Vermelho (CV). “Devido à unidade ser mais antiga, construída de forma adaptada a partir de um container, com alvenaria, o fogo se alastrou rapidamente”, relatou a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe). Muitos detentos morreram por asfixia e 16 foram encontrados decapitados.

No período da tarde, policiais realizaram vistorias no interior do presídio, mas não encontraram armas de fogo, apenas estoques (facas improvisadas com material precário). Segundo a superintendência, nenhum relatório da inteligência do órgão detectou indícios de conflito. “Temos protocolos para a maioria dos casos, mas neste específico, não tínhamos informações sobre ao ataque”, contou. Familiares de detentos, porém, afirmam que sabiam que algum conflito ocorreria, só não sabia quando. 

Força-tarefa

Devido à magnitude do massacre, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou nessa terça o envio da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária para o Pará. Os agentes federais devem atuar nos presídios do estado por 30 dias. A decisão atendeu ao pedido do governador do Pará, Helder Barbalho. Segundo a pasta, o reforço vai atuar em atividades de vigilância e custódia de presos, por meio de trabalho de apoio aos órgãos de segurança pública locais. 


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