Presos passam a noite algemados do lado de fora de delegacia do Vale do Sinos

Presos passam a noite algemados do lado de fora de delegacia do Vale do Sinos

Superlotada, a DPPA de Novo Hamburgo abriga 20 detentos que aguardam vagas no sistema prisional

Raphaela Suzin

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Devido à superlotação da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, oito detentos estão desde terça-feira ao relento. Eles passaram a noite algemados em uma corrente do lado de fora da delegacia.

Além dos oito – que na manhã de hoje permaneciam na rua –, outros 12 presos estão divididos nas quatro celas da delegacia. São 20 detentos na DPPA aguardando vagas no sistema prisional – três deles desde o dia 17, sendo que a lei estadual determina que o preso permaneça, no máximo, 48 horas em delegacias. Em toda a Região Metropolitana, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) contabilizava 60 presos em delegacias na manhã de quarta-feira.

“Delegacia não é lugar para preso, é apenas cela de passagem. Com eles aqui, acabamos virando carcereiro de preso e sem termos condições de abrigar eles”, defende o delegado responsável pela DPPA Tarcisio Lobato Kaltbach. Ele explica ainda que a corrente no pátio foi a forma encontrada pela equipe para manter os detentos algemados nos casos de superlotação.

Com os presos na rua, de quatro a cinco policiais militares precisam se revezar para fazer a custódia. São PMs das cidades de Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Dois Irmãos e Ivoti – cidades que a DPPA abrange – que deixam o policiamento ostensivo para fazer a guarda dos detentos.

Kaltbach disse que já fez contato com a delegacia regional para providenciar a abertura de vagas nos presídios junto com a Vara de Execuções. De acordo com a Susepe, na terça-feira, dez presos já havia sido transferidos da DPPA de Novo Hamburgo para o sistema prisional. Em toda a Região Metropolitana, 65 detentos foram encaminhados para os presídios na noite de terça-feira.

A superlotação de delegacias é uma realidade que se repete no Estado e consequência da superlotação dos presídios gaúchos. Com 25.143 vagas no sistema carcerário, o Rio Grande do Sul tem 3.9208 presos - o déficit de vagas chega a 
11.304.

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