PRF afasta agentes ligados à morte de homem por asfixia em Sergipe
Corporação informou que "está comprometida com apuração"
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A PRF (Polícia Rodoviária Federal) emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira (26) em que informa que afastou das ruas os policiais envolvidos com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, depois que ele foi algemado, levado para a viatura e, em seguida, obrigado a inalar um gás no porta-malas do veículo. Um vídeo mostra o momento em que os agentes atiram o gás.
"A Polícia Rodoviária Federal informa que está comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência no estado de Sergipe, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação. A PRF instaurou processo disciplinar para elucidar os fatos e os agentes envolvidos foram afastados das atividades de policiamento", diz o comunicado.
Nota de esclarecimento pic.twitter.com/Q7rJ7P4PFy
— PRF Brasil (@PRFBrasil) May 26, 2022
Genivaldo tinha esquizofrenia há 20 anos e estava afastado do trabalho, de acordo com a família. Ele foi abordado e algemado por dois agentes da PRF enquanto conduzia uma motocicleta na BR-101, em Umbaúba, na tarde da última quarta-feira (25).
A dupla colocou o homem dentro do porta-malas da viatura à força. A gravação mostra o momento exato em que um dos policiais segura a tampa do porta-malas da viatura da PRF, e o outro joga, dentro do espaço fechado, um tipo de gás.
Enquanto isso, uma fumaça branca, não identificada, saía do veículo. Após alguns minutos, quando abrem a porta, o homem já está desacordado. Ele chegou a ser levado ao hospital da região pelos policiais, mas não resistiu.
"Meu sobrinho tava no local, foi em frente à oficina do meu sobrinho, todo mundo que chegava, falava: 'Rapaz, não faça isso não, ele é conhecido, ele tem problemas mentais, toma remédio controlado'. Eles não queriam nem saber, queriam era matar", disse um familiar de Genivaldo.
Em nota, a PRF afirmou que as técnicas que foram utilizadas são de imobilização, e os materiais têm potencial inofensivo. O caso será investigado pela Polícia Federal.
Também em nota, a Polícia Federal informou que instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Genivaldo e que "diligências já foram iniciadas para esclarecer o ocorrido o mais breve possível". Genivaldo era casado e deixa um filho.