Promotor destaca primeiro depoimento e nova informação no caso Bruno

Promotor destaca primeiro depoimento e nova informação no caso Bruno

Testemunha detalhou lavagem de carro onde foi encontrado sangue de Eliza Samudio

AE

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O promotor Henry Wagner Gonçalves, responsável pela acusação dos réus no processo do sequestro e assassinato da ex-amante do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, Eliza Samudio, considerou "excelente" o depoimento da primeira testemunha do processo, Clayton Gonçalves da Silva. Após tumultos e atrasos, o julgamento foi interrompido nesta segunda-feira, às 19h40min, e será retomado na terça. A previsão é de que o júri dure de duas a três semanas.

Segundo o promotor, Clayton  foi a primeira testemunha do caso a confirmar que o carro do jogador em que foram encontradas manchas de sangue da vítima seria levado para lavagem com óleo diesel, ao ser parado em uma blitz em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. "Aquele veículo já havia passado por uma lavagem a água e as manchas de sangue não haviam sido removidas. Os acusados pretendiam com esse estratagema impedir que o sangue fosse constatado mais adiante", ressaltou.

Wagner adiantou também que, na terça-feira, deve promover uma acareação da testemunha com João Batista, arrolado pelo Ministério Público por ter assistido ao primeiro depoimento de Gonçalves à polícia. "Nesse depoimento, ele disse que Bruno o impediu de tomar banho na casa (do sítio em Esmeraldas) porque Elisa estava lá. E não era conveniente que as pessoas a vissem lá", comentou o promotor, que lembrou que a testemunha ouvida afirmou ter sofrido "pressão psicológica" e "ameaças" da polícia. "Vamos apresentar aos jurados a tese de que ele teria cometido falso testemunho", observou.

Henry Wagner ainda comemorou o fato de o processo relativo ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, ter sido desmembrado após uma "manobra" da defesa do acusado. "Sem sombra de dúvida se tratou de uma manobra da defesa. Vieram de caso pensado para tumultuar e não deu certo. O propósito era muito mais extenso. Temos observado que haveria um blocão. Mas esse blocão desmoronou", destacou, sobre uma possível manobra para a maior parte dos advogados abandonar o plenário. Para o promotor, a manobra resultou apenas no "enfraquecimento" da defesa de Bola. "Hoje, eles estão isolados."

O goleiro está sendo julgado por sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio, de 24 anos. Além de Bruno, também estão sendo julgados seu braço direito, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, acusado dos mesmos crimes; a ex-mulher, Dayanne do Carmo, processada pelo sequestro e cárcere privado do bebê que Elisa teve com o amante; e uma namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro, acusada de sequestro e cárcere privado da criança e da mãe.

O julgamento teve início depois de uma manhã tumultuada e três horas de atraso, com os advogados de Macarrão e Bola ameaçando se retirarem do plenário pelas condições do julgamento. Neste primeiro dia, houve o desmembramento do processo - com a saída do suposto executor da jovem - e o início do depoimento das testemunhas de acusação. O júri popular é composto por um homem e seis mulheres.

Apesar de bem mais magro e do semblante abatido, Bruno permaneceu todo o tempo de cabeça erguida, sentado ao lado de Dayanne, mas sem conversar com a ex-mulher, com que tem duas filhas. O goleiro também não falou com a noiva, a dentista Ingrid Calheiros, que saiu do Rio para acompanhar o julgamento em Contagem.



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