QG de facção criminosa é descoberto pela Polícia Civil em Porto Alegre

QG de facção criminosa é descoberto pela Polícia Civil em Porto Alegre

O local, que servia também como laboratório para refino de droga, ficava no bairro Sarandi

Correio do Povo

Armas, drogas, toucas ninjas e coletes balísticos foram apreendidos pela 3ªDPHPP

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Um duro golpe foi desfechado contra uma facção pela Polícia Civil em Porto Alegre. A quinta fase da operação Contenção, deflagrada pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa a partir da noite de quinta-feira no bairro Sarandi, resultou no “estouro” do QG da organização criminosa na região. Os agentes da 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (3ªDPHPP), sob comando do delegado Cassiano Cabral, apreenderam em torno de R$ 250 mil em drogas, sendo 6 quilos de cocaína pura com alta qualidade e 2,5 quilos de maconha.

No local, foram recolhidos também mais de 10 mil pinos vazios (eppendorf) usados para embalar cocaína, centenas de selos utilizados como grife da maconha vendida nas bocas de fumo, 13 toucas ninjas, cinco coletes balísticos de empresas de vigilância privada, em torno de 110 cartuchos de munição de pistolas calibres 9 milímetros, 40 e 380, três carregadores, uma espingarda calibre 12 de cano serrado, um revólver calibre 38, uma prensa hidráulica e dois artefatos suspeitos de serem explosivos, além de três balanças de precisão e um celular. O QG ficava em uma área residencial considerada tranquila. “Não tinha tráfico de drogas nela para não despertar suspeita”, constatou o titular da 3ªDPHPP.

A ação mobilizou 44 policiais civis em 15 viaturas. Um indivíduo que tomava conta do QG conseguiu fugir por um valão ao avistar a chegada das equipes. “Ele tem uma certa gerência e ascendência dentro da facção criminosa”, observou o delegado Cassiano Cabral. “Tínhamos identificado o local que servia também para armazenamento, laboratório de refino e distribuição de drogas”, acrescentou, referindo-se ao levantamento prévio realizado. Segundo ele, a cocaína pura poderia render na venda cerca de 12 quilos com o acréscimo de outras substâncias, sendo comercializada em um saquinho chamado de “leva” com 12 pinos.

O titular da 3ªDPHPP acredita que o QG servia ainda como ponto de encontro dos integrantes da facção para definirem os ataques, como homicídios e roubos, entre outras atividades ilícitas. O delegado Cassiano Cabral destacou que o armamento e munição serão submetidos agora ao exame balístico visando verificar se estão ligadas aos homicídios registrados na região. A origem dos coletes balísticos também será apurada.

Já a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa, delegada Vanessa Pitrez, esclareceu que a operação Contenção é direcionada ao combate dos assassinatos com uma edição desencadeada a cada mês em um determinado bairro de Porto Alegre. “É uma estratégia de ofensiva aos homicídios. É uma das principais pontas de atuação no combate à criminalidade”, enfatizou. De acordo com ela, a mobilização ocorre sempre nas áreas mais conflagradas da cidade. Além de conter as execuções, a operação Contenção busca a obtenção de informações, coleta de provas e de testemunhas, identificação de suspeitos e prisão de foragidos, entre outras diligências. “A área é saturada”, complementou o delegado Eibert Moreira Neto, responsável pela Divisão de Homicídios.


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