Quadrilha que aplicava golpes em serviço de delivery é alvo da Polícia Civil em Porto Alegre

Quadrilha que aplicava golpes em serviço de delivery é alvo da Polícia Civil em Porto Alegre

Mais de 2,3 mil compras foram feitas com um número superior a 200 nomes e CPFs falsos, o que causou prejuízos acima de R$ 2 milhões

Correio do Povo

Depósito no bairro Lomba do Pinheiro armazenava bebidas adquiridas pelos criminosos

publicidade

Uma quadrilha de golpistas que efetuou mais de 2,3 mil compras na plataforma de delivery iFood, com um número superior a 200 CPFs, foi alvo na manhã desta quinta-feira de uma operação da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. Os prejuízos estimados passam de R$ 2 milhões.

A ação foi coordenada pelo delegado André Lobo Anicet e resultou no recolhimento de mercadorias, notas fiscais, telefones celulares, um veículo e uma quantia em dinheiro ainda não contabilizada. Cinco mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos em Porto Alegre e Viamão.

Na Capital, um depósito cheio de bebidas adquiridas no golpe foi localizado no bairro Lomba do Pinheiro. Ele funcionava como se fosse um suposto “atacado”, de onde eram revendidos a pequenos mercados de bairro a um valor bastante inferior aos praticados no comércio da cidade. “Eles compravam mais eram bebidas”, enfatizou o delegado André Lobo Anicet.

Conforme a investigação iniciada em agosto deste ano, os golpistas realizavam diversas compras nos estabelecimentos comerciais cadastrados no iFood. A atuação dos investigados consistia na aquisição, via aplicativo, na modalidade takeout, em que a retirada dos pedidos é realizada junto ao mercado parceiro, com agendamento de horário, e pagamento online por meio de cartões clonados.

As compras eram realizadas por meio de contas criadas na plataforma utilizando nomes e CPFs falsos, sempre em baixo valor, visando dificultar às reais vítimas a identificação da compra não autorizada. A retirada dos produtos era feita com a apresentação do código de retirada (hand shake).

O trabalho investigativo começou a partir da identificação do crime de falsidade ideológica noticiada por mercados parceiros, que suspeitaram do elevado volume de compras retirado com periodicidade diária. “Sempre uma mesma pessoa ia buscar”, observou o delegado André Lobo Anicet. A atuação sofisticada dos criminosos foi capaz de burlar os sistemas antifraude da plataforma iFood e das instituições financeiras responsáveis pelos cartões de crédito.

Ao examinar as imagens do sistema de videomonitoramento de alguns dos estabelecimentos comerciais no momento de retirada dos pedidos, a equipe de investigação da DRCID identificou os veículos responsáveis pela coleta dos pedidos, passando a monitorar as atividades do grupo criminoso.

O iFood emitiu uma nota oficial sobre o caso. "A empresa repudia quaisquer desvios de conduta, sejam de consumidores, estabelecimentos ou entregadores. A plataforma segue à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, caso necessário", informou a plataforma no comunicado.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895