Quatro servidores são indiciados pela morte de animais em Bom Jesus

A morte de 126 cães e três gatos por envenenamento em Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra, teve envolvimento de, ao menos, quatro funcionários da prefeitura do município, indiciados pela Polícia Civil. O inquérito foi concluído na noite desse domingo pelo delegado Flademir Paulino de Andrade e deve ser encaminhado nesta segunda-feira à Justiça.

Mesmo indiciados, os quatro homens não terão prisão provisória ou preventiva decretada, por enquanto, já que os maus tratos contra animais são classificados apenas como crimes ambientais, com pequeno potencial ofensivo. “Não há pedido de prisão porque, apesar da gravidade do caso, a lei diz que os maus tratos contra animais têm pequeno potencial ofensivo. A pena máxima prevista é de um ano de prisão mas, nesse caso, deve ser ampliada, devido à associação criminosa”, acredita o delegado.

Os indícios reunidos pela polícia indicam apenas a atuação individual e autônoma dos servidores, sem envolvimento da prefeitura. A motivação do crime, no entanto, seria um problema já considerado público, admite o delegado. “A intenção foi matar animais que vivem pelas ruas da cidade. Durante as ações — deliberadamente ou acidentalmente —, acabaram também matando animais que têm proprietários. Em princípio, a ideia era tentar resolver um problema que realmente existe em Bom Jesus, com grande número de animais de rua, mas, obviamente, tentaram resolver de uma forma totalmente equivocada”, relata.

Os nomes e cargos dos funcionários indiciados não foram informados pela polícia. Latas de veneno encontradas nas residências deles, durante o final de semana, foram encaminhadas para perícia. Procurados pela reportagem, funcionários do gabinete do prefeito de Bom Jesus, Frederico Becker (PP), informaram que ele participa de uma audiência e deve se manifestar sobre o caso ainda nesta manhã.