Reféns são encontrados ilesos após mais de 20 horas em Cotiporã

Reféns são encontrados ilesos após mais de 20 horas em Cotiporã

Polícia segue buscando bandidos, que abandonaram as vítimas no mato e seguem foragidos

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Polícia buscou reféns durante o dia inteiro

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A Brigada Militar confirmou pouco antes das 23h deste domingo ter resgatado as nove pessoas feitas reféns por uma quadrilha de assaltantes em Cotiporã, na Serra gaúcha. Todas saíram ilesas. O capitão Juliano Amaral, que comandava a operação, postou no Twitter a informação mais aguardada do dia no Rio Grande do Sul. "Estamos com as nove vítimas sãs e salvas e bem. Deus seja louvado", escreveu o policial.

Um grande número de pessoas, envolvendo familiares e amigos das vítimas, aguardava notícias em frente ao Centro Administrativo da cidade. Quando os policiais chegaram trazendo as vítimas, por volta das 23h30min, foram aplaudidos com entusiasmo. As nove pessoas foram recebidas com festa e levadas para receber atendimento médico. 

O capitão Juliano Amaral esclareceu que os reféns foram abandonados ainda pela madrugada, em uma área de mata no Morro do Céu, e orientados a não fazer barulho, para que os bandidos pudessem fugir. O grupo de criminosos segue foragido, portanto. O cerco durou mais de 20 horas. O trabalho da polícia foi dificultado pela vegetação do local, uma região de matagal denso.

A prioridade da ação policial era resgatar as vítimas com vida, orientação dada inclusive pelo governador do Estado, Tarso Genro. Agora, a Brigada Militar segue com barreiras montadas em estradas da região durante toda a madrugada e o dia desta segunda-feira. A avaliação é de que os bandidos estejam sem carro e sem condições de se deslocar na mata da região, o que pode facilitar as buscas.

"Continuaremos na buscas, na tentativa de encontrar estes criminosos. Eles vão tentar fugir de toda maneira e nós vamos tentar impedir de toda maneira", afirmou o capitão Juliano Amaral ao retornar à cidade.

Morre o assaltante mais procurado do Estado

Tudo começou na madrugada de domingo. Três criminosos morreram ao trocarem tiros com a polícia após usarem explosivos para arrombar uma fábrica de joias. Um deles é Elisandro Rodrigo Falcão, o bandido mais procurado do Rio Grande do Sul. Ele foi baleado no rosto ao tentar ultrapassar uma barreira policial. Segundo a BM, Falcão estava fortemente armado, com colete e luvas. Os outros dois bandidos mortos teriam sido identificados como Sergio Antonio Ritter e Paulo César da Silva. Dois policiais ficaram feridos na ação. De acordo com o coronal Altair de Freitas, um passa bem após ser atingido na perna. Já o outro foi alvejado no braço e foi submetido a uma cirurgia.

A polícia estima que até 10 bandidos, inclusive mulheres, tenham participado do ataque, por volta das 2h. No final da madrugada, o Grupo de Ações Táticas Especiais da Brigada Militar (Gate) chegou à cidade para ajudar nas buscas e explodir quilos de dinamite encontrados com os bandidos. Dois sacos com joias levados pela quadrilha foram recuperados.

Para a Polícia Civil (PC), Falcão era um dos líderes da quadrilha responsável por 90% dos ataques a bancos com o uso de explosivos no Estado em 2012. No último dia 22, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) prendeu três integrantes do grupo. Conforme a Delegacia de Repressão de Roubos a Bancos do Deic, o bando foi o responsável crimes em cidades como Fagundes Varela, Guaporé, Canguçu, Torres, Antônio Prado e Sombrio, em Santa Catarina, além da investida contra caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal no Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), no dia 20, em Porto Alegre.

Os alvos eram preferencialmente agências do Banco do Brasil. As localidades a serem atacadas eram escolhidas levando em conta o conhecimento que o grupo tinha da região e pelo menor efetivo policial nas cidades do Interior. Os explosivos utilizados eram desviados de pedreiras e prefeituras ou trazidos de países vizinhos. Além do dinheiro proveniente dos ataques a bancos, o grupo chegou a praticar roubo de cargas para possibilitar a aquisição de forte armamento como fuzis AK-47, M16, AR-15, 762.

O secretário de Segurança Pública do Estado, Airton Michels, espera uma redução na ocorrência de ataques a pedágios e caixas eletrônicos na Serra, após a morte de Elisandro Rodrigo Falcão.



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