RS é o terceiro Estado com maior produção de carros blindados no país de 2021

RS é o terceiro Estado com maior produção de carros blindados no país de 2021

Blindagem é vista como um investimento por conta da segurança do motorista e dos demais passageiros

Christian Bueller

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Alguns segundos são suficientes para uma pessoa perder um bem, muitas vezes, conquistado com muita luta. Seja em um semáforo ou um estacionamento, o criminoso não tem pudor de quebrar o vidro de um carro para se apropriar do alheio, restando ao motorista o medo e a indignação. O Rio Grande do Sul foi o terceiro estado com mais roubos e furtos de veículos em 2021. Não à toa, em apenas um ano, a venda de carros blindados no Brasil aumentou 45%. 

Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), o RS foi, também, o terceiro colocado na produção de carros blindados no país no ano passado, com 735 (3,67%). A demanda gaúcha ficou atrás apenas de São Paulo, com 13.033 veículos (65,09%), e Rio de Janeiro, com 2.563 (12,80%). A blindagem nacional passou das 20 mil fabricações, fazendo do ano de 2021 o mais produtivo do setor (cerca de 7 mil a mais do que no ano anterior). Alexandre Cassel, SEO do Grupo Casco, responsável por mais de 50% das blindagens no sul do Brasil, corrobora com este dado. “O ano passado bateu todos os recordes e esse ano segue pujante. Não houve aumento no volume, mas segue o mercado aquecido”, confirma. 

Depois de ter o vidro estourado em um assalto, o representante comercial João Tadeu pretende ter um veículo blindado assim que tiver condições financeiras. “Não é tão barato e não é qualquer carro que é possível de blindar, né”, suspira. Com a popularização da blindagem, de 20 anos para cá, e, também, com novos procedimentos menos complexos e mais leves, um carro de porte compacto como o Chevrolet Onix - líder em vendas no país - pode passar pelo procedimento. Ainda assim, blindar um carro não é um dos serviços mais acessíveis.  

De acordo com Cassel, o cliente gasta, em média, R$ 85 mil reais para fazer a blindagem em um automóvel, mas o custo depende do modelo do veículo. “No caso da Casco, temos uma blindadora com produção limitada, que gira em torno de 15 a 20 carros por mês e fila dura entre 70 e 80 dias para entregar o serviço. Também vendemos veículos 0km já blindados”, relatou. Segundo o empresário, um dos motivos para o sucesso do ramo foi o impacto financeira causado pela pandemia. “Em março de 2020, todos os estabelecimentos fecharam, mas, com o tempo, o mercado foi se organizando. O problema da falta de segurança se agravou. O desemprego resultou em um número maior de roubos nas ruas. Para não deixar faltar comida em casa, muitos optam por roubar. Principalmente, em sinaleiras”, frisa.  

Apesar de ser um procedimento caro, que custa o valor de um automóvel popular, por exemplo, a blindagem é vista como um investimento por conta da segurança do motorista e dos demais passageiros – algo essencial sobretudo nos grandes centros. “Não é só em São Paulo. Aqui em Porto Alegre, aumentaram horrores os roubos de carros e aparelhos de celulares”, salientou Cassel. Entre os carros mais blindados do Brasil estão modelos como Toyota Corolla, Jeep Compass, Volvo XC60, BMW X1 e Land Rover Discovery.


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