Seco estava bem próximo do tráfico internacional, diz delegado

Seco estava bem próximo do tráfico internacional, diz delegado

Operação realizada nesta quinta desarticulou uma quadrilha montada pelo assaltante preso na Pasc

Correio do Povo

Operação realizada nesta quinta desarticulou uma quadrilha montada pelo assaltante

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Além de desarticular a quadrilha especializada em roubos de carro, liderada pelo assaltante José Carlos dos Santos, o Seco,  preso desde 2006 na Penitenciária de Segurança Máxima de Charqueadas (Pasc), o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil descobriu que o assaltante, além dos planos de criar uma facção própria,
estava cada vez mais ingressando no tráfico internacional de drogas devido aos “negócios” no Paraguai. “Ele se aproximou inclusive dos Bala na Cara dentro do sistema prisional”, revelou o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) do Deic e que conduziu as investigações na operação realizada nesta quinta-feira. Juliano  suspeita que Seco pretendia abastecer o grupo criminoso com drogas. “Era um consultor do crime e referência para outros”, observou.

Oito dos investigados já estavam no sistema prisional. “Seco recrutou criminosos experientes e ousados, especializados em roubar e clonar veículos, mas também assaltantes de bancos”, destacou, citando como exemplo o ladrão de bancos de apelido Ninho, considerado o braço-direito de Seco na quadrilha e recolhido no sistema carcerário desde 2012. A atual companheira de Seco também foi detida na ação policial em uma rodovia.

A organização criminosa seria o embrião de uma facção dotada até de estatuto, comandada pelo detento. Por enquanto, o grupo atuava no roubo e clonagem de automóveis de luxo e caminhões, sendo enviados, com documentação falsa, até mesmo para Santa Catarina e Paraná. Os veículos também eram levados ao Paraguai, onde ocorria a troca por drogas. Em torno de 200 veículos foram roubados pelo bando em um ano, com faturamento entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões para os criminosos no período.

Outros bandidos conhecidos dos policiais também foram presos na operação, alguns deles cumprindo pena no Presídio Central e na Penitenciária Modulada de Charqueadas. Entre os alvos da operação policial estavam por exemplo Boca Braba, responsável no passado por roubar caminhões que seriam depois arremessados contra carros-fortes pelo antigo bando de Seco. Já o vulgo Alemão Ramires foi considerado pelo titular da DFRV como um dos maiores clonadores de carros do RS. Um terceiro bandido, sem apelido, tinha habilidade com explosivos em caixas eletrônicos.

Conforme Juliano Ferreira, as provas contra a quadrilha são “robustas”, incluindo gravações telefônicas sobre encomendas de veículos, dicas para outros bandidos e compra de farejadores e bloqueadores de GPS. “Seco ficava 24 horas no celular”, disse ao falar sobre as escutas gravadas. Durante o trabalho investigativo, os agentes apuraram que os veículos eram roubados em Porto Alegre, Região Metropolitana e regiões Central, Vale do Caí e Vale do Taquari.

A operação Trinca Ferro doi deflagrada em Porto Alegre, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Portão, Charqueadas, Farroupilha, Montenegro e Santa Maria. Cerca de 120 agentes em 60 viaturas cumpriram 29 mandados de busca e apreensão e outros 24 mandados de prisão.

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