Seduc estuda integrar câmeras de escolas com a BM

Seduc estuda integrar câmeras de escolas com a BM

Secretário visitou Escola Mário Quintana, cuja depdredação custará mais de R$ 150 mil

Álvaro Grohmann e Jéssica Mello

Estragos na Escola Erico Verissimo custarão cerca de R$ 150 mil

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Após casos de violência e vandalismo em escolas de Porto Alegre, o secretário estadual de Educação, Luís Alcoba de Freitas, afirmou que estuda integrar câmeras de videomonitoramento de algumas instituições de ensino ao Centro de Controle da Secretaria de Segurança Pública. A medida foi anunciada durante vistoria à escola Érico Verissimo no bairro Jardim Carvalho, nesta terça-feira.

As instalações da escola foram depredadas no final de semana. “Essa é uma providência que veremos a viabilidade com a SSP. Se tivéssemos este link e ocorresse um ato como esse, poderíamos rapidamente tomar uma providência e reprimir”, argumentou. Ele solicitou rondas da Brigada Militar em regiões de maior criminalidade.

A escola, com 500 alunos e 30 professores, teve danos em 25 computadores, rede elétrica, sistema de alarme e câmeras, biblioteca e brinquedos. Os criminosos levaram um notebook novo e o computador onde ficavam salvas as imagens das câmeras. “Está sendo horrível. Muitos professores choraram quando viram, e alguns buscaram atendimento psicológico”, contou a diretora da escola, Silvia Faturi. Serão repassados R$ 150 mil para as obras emergenciais, garantindo que as aulas recomecem em 1º de agosto. As férias, que começariam nesta quarta-feira, foram antecipadas desde segunda. A prioridade será a limpeza do prédio, pois há pó de extintor de incêndio em quase todas as peças e o símbolo do grupo DMC, que faz apologia ao vandalismo, foi pintado nas paredes.

O comandante do 20º BPM, tenente-coronel Egon Kvietinski, acredita que alunos da escola tenham feito parte do ataque por conhecerem bem o local. Além disso, o símbolo (DMC) já havia sido pintado antes na escola. “O que fizeram na escola demonstra uma raiva muito forte”, constatou o delegado da 15ª DP, Fernando Soares.

O delegado revelou que há duas linhas de investigação: represália de alunos insatisfeitos com a ideia da direção de abrir as portas da escola para a comunidade ou do crime organizado, que perdeu espaço no tráfico na região. Há suspeitos de autoria do crime. “Esse terrorismo deve ter durado no mínimo quatro horas e teve ao menos cinco pessoas.” O telefone 3336-4600, da 15ª DP, foi colocado à disposição. Nenhum suspeito ainda foi identificado.

Pelo menos cinco pessoas participaram da depredação, conforme polícia | Foto: Alina Souza
Pelo menos cinco pessoas participaram da depredação, conforme polícia | Foto: Alina Souza

Outra escola acuada

Outro estabelecimento de ensino também está sendo vítima da violência em Porto Alegre. Trata-se da Escola Estadual Ensino Médio Mariz e Barros, localizada na avenida Delegado Eli Corrêa Prado, no bairro Mário Quintana. Além de arrombamentos no passado, o colégio é alvo agora de assaltantes.

Segundo uma mãe de aluno, que pediu para não ser identificada, uma professora teve o seu Gol roubado quando chegava para o trabalho, acompanhada de uma colega, na tarde da última segunda-feira. Dois criminosos armados renderam a docente no portão. “Eles efetuaram tiros de intimidação para impedir a aproximação do vigia”, relatou. “Houve pânico, inclusive entre os alunos”, contou. O veículo e pertences de ambas as professoras, que chegaram a serem ameaçadas de morte, foram levados.

De acordo com a mãe do aluno, a direção da escola decidiu reduzir a carga horária nos turnos da manhã e da noite até o início das férias na quinta-feira. Cerca de duas horas de aulas serão ministradas em cada período. Já o turno da noite foi suspenso. “Queremos policiamento na área”, pediu. Um protesto deve ocorrer nesta quarta-feira para pedir mais segurança pública.


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